sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CAMPO DA ABSTRAÇÃO


                                                


Sobre os problemas da EDUCAÇÃO existem mais teses do que espécies de peixes no mar. Inclusive há quem diga (em outra tese) de que as inúmeras teses é que são o grande problema.
 O grande pensador Polonês, Miguel Sturvinski (pós-pós-pós doutor) tem em entendimento inusitado sobre as  razões do baixo rendimento na educação. E agora que deixou a barba crescer está ganhando reconhecimento no Brasil inteiro.
Ele afirma que não adianta existir professores bem pagos, escolas bem aparelhadas e bibliotecas com milhares de livros se a maioria dos alunos continuarem a usar celulares em sala de aula ou usam computadores de mão ou os tais "Ipod' ou "Ipad"  apenas para fins de relacionamento e sacanagem.
Para exemplificar aquilo que sustenta, o pensador cita casos de algumas escolas em São Paulo (Estado mais rico) onde mesmo com professores bem pagos, com toda uma parafernália de computadores e tecnologia, o rendimento prossegue abaixo do esperado pelo tal IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
A desatenção da maioria dos alunos, a falta de compromisso com os estudos e o uso de celulares e computadores para outros fins são os motivos principais e diretos de um desempenho insuficiente.
De nada adianta um professor bem pago ou uma quantidade de computadores e tecnologias  se o aluno atende ao celular na sala de aula e está pouco lixando ser perturba ou não aos demais colegas.
Também não adianta patavina alguma um professor ganhando bem e uma escola de luxo onde os alunos colam tudo da Net e na maior parte do tempo estão conversando com " amigos" no Facebook e nas redes sociais e com uma dependência cada vez maior.
E mais: quando estão no intervalo ou popular " recreio", não se preocupam minimamente em fixar o conhecimento complexo que acabaram de ter. Ocupam-se com mensagens em celulares, musiquinhas e outras salamandras do gênero que só fazem desviar o foco que deveria ser dedicado para a fixação da matéria.
Segundo Miguel Sturvinski,  mesmo que o PAULO FREIRE ou o JEAN PIAGET estivessem vivos, não teriam muito sucesso em uma sala de aula dos tempos contemporâneos. A teoria é sempre mais bonitinha que a prática.
 Certamente fracassariam em tentar controlar o pandemônio de distúrbios e problemas que desviam o aluno de realmente pensar e verdadeiramente levar o estudo a sério.
Acho que eles iriam preferir continuar escrevendo livros a atuando no campo da abstração.
No mundo real o negócio só tende a piorar.



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BIOESCULHAMBAÇÃO




Agora virou moda qualquer lorpa “esculhambar” a biografia de uma pessoa famosa ou alguém que tenha tido alguma importância na história e lucrar milhões com isso. E a onda de “espinaframentos” e desmoralizações viceja cada vez maior a ponto de já termos uma Indústria fumegante e muito rentável.
Li um livro que não me recordo o nome onde afirmava que o tal Che Guevara  era um farsante capitalista e que tinha relações até com os imperialistas americanos; que Madre Tereza de Calcutá era uma comum pecadora e que fazia sua obra de caridade por interesses mesquinhos e outras salamandras do gênero.  O livro inteiro era dedicado a esbugalhar e denegrir a imagem e a história oficial dessas pessoas.
Curioso é que sempre existe o relato de alguém que viveu algo no passado e que foi amigo ou conhecido do biografado, mas que guardou segredo por 20, 30,50 anos e só depois de muito tempo resolveu dar uma estranha “entrevista bombástica” e contar algo importante que para tais escritores.
Numa das “bioesculhambações” um historiador com óculos fundo de garrafa e ar de seriedade afirma que Adolf Hitler era viado e que escolhia os melhores e mais bonitos soldados para seus deleites sexuais. O fato é que ninguém vai querer ou ousar desmentir isso, pois vai parecer quer estará defendendo o líder dos nazistas, trazendo pra si todo o estigma que isso representa.
Caluniar, difamar ou injuriar passou a ser algo muito compensador e na  pior da hipóteses o autor terá que pagar uma indenização por danos morais, gastando uma pequena parcela dos milhões que ganhou com tal ato criminoso.
E nessa toada seguem as diversas biografias que só possuem coragem de existir depois de muitos anos da morte da pessoa ou de seus familiares, onde já nem é mais possível um contraditório ou sequer uma defesa.
Tem escritores dizendo que Luis Carlos Prestes era um verdadeiro bandido e facínora; outros acabam com a boa fama de Bento Gonçalves e o mesmo fazem com tantas outras expoentes de nossa história. Todos são colocados num balaio comum da imoralidade e da degradação dos bons costumes e da moral.
Considerando que todo o ser humano tem a curiosidade de saber a “ Verdade” de algo que possa a ser considerado uma “ mentira”, basta que se jogue ao vento uma “nova versão” artificialmente criada, que tal como carne sangrando jogada em rio de piranhas, todos se sentem atraídos pela “ novíssima história” que tem pretensões de dizer a “verdade verdadeira”.
A tendência agora é escolher um ícone do passado e atirar “chumbo grosso” que a renda é garantida e milhões de leitores serão instantaneamente atraídos.
Não demora muito vem uma Biografia dizendo que Nelson Mandela era fumador de maconha e que não gostava muito de negros.
Dentro desse contexto está o livro escrito pelo ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior, que exerceu o cargo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o livro Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado, ainda nem chegou às livrarias, mas já está movimentando Brasília.
O engraçado é que todos esperam muitos anos para só depois relatarem as “suas verdades”.  Virou comum alguém que participava de uma quadrilha se rebelar e escrever um livro como forma de “expurgo de sua consciência”.
E a esquizofrenia e a loucura tomam as rédeas do relato dos fatos. Quanto maior o espetáculo e o “escândalo inventado” maior o destaque dado pela mídia e maior o lucro. O espaço para a defesa é infinitamente menor que o concedido para a agressão.
Por essas e outras que desconfio de livros que pretendem contar a “ verdade” ou a “ verdadeira história”. Tem sempre algo de mais mentiroso do que se pretende "desmentir"
Ainda bem que não sou famoso e não tenho nada de celebridade.






quinta-feira, 28 de novembro de 2013

TRISTEZA VIRTUAL QUE É LINDA E BELA



A “ tristeza virtual” em alguns momentos é imensamente maior que a real.
Se no mundo virtual demonstramos nossas qualidades e alegrias, também cresce parelho o sentimento de dor quando recordamos a trajetória ou o histórico de quem não mais está entre nós.
Como é triste ver o Facebook ou o endereço virtual de quem partiu. Suas alegrias, mensagens, suas fotos com familiares e a troca de elogios com inúmeros amigos, namorados e pessoas de sua intimidade e relação.
Ficam ali plasmados os registros vivos de várias expressões faciais, destacando aquele mágico e belo sorriso que só existirá nesse lugar.
Ficam registradas todas as conquistas e o momento exato daquela alegria contagiante que é por si só irrepetível.
Ao revisitar a página de quem se foi, parece que a alma ou o espírito dessa pessoa passa a se comunicar também nesse arquivo que ficou.
Dá a nítida impressão que a pessoa falecida ficará recordando os momentos de alegria e o desencadear de acontecimentos inesquecíveis que ficarão para sempre nos corações de cada um que participou. É quase impossível acreditar que a conexão terminará.
Ali, o amor que existiu prossegue vivo. Notavelmente vivo.
Santo Agostinho, em alguma de suas veneráveis poesias, tem uma passagem que afirma:

“ A vida significa tudo
 o que ela sempre significou,
 o fio não foi cortado.
 Porque eu estaria fora
 de seus pensamentos,
 agora que estou apenas fora
 De suas vistas?

 Eu não estou longe,
 apenas estou
 do outro lado do Caminho...

 Você que aí ficou, siga em frente,
 a vida continua, linda e bela”
 como sempre foi.
De fato

O fio realmente não foi cortado, quem foi para o outro lado do caminho: permanece vivo nas boas recordações que ficaram.
E só assim, a vida continua linda e bela.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

CONSTRUTOR DE PARAÍSOS..





 Pesquisadores com pós-pós-doutorado da Universidade de Bruxelas acabam de descobrir que “consertar o mundo” no “mundo virtual” libera altas doses de dopamina, um importante neurotransmissor ligado ao prazer e à motivação.
Bancar o Dom Quixote da moral,  o “Salvador da Pátria” , o “ Revolucionário” criando soluções mágicas onde todos serão felizes e viverão sem qualquer aborrecimento tem efeitos benéficos quando do dimensionamento da ilusão nos neurotransmissores.
A história da República registra escândalos de corrupção com participação dos mais diversos partidos e ideologias, mas a ideia que tentam passar nas redes sociais é a de que existe sim um partido puro, imaculado e que pode ser a panaceia de todos os males.
Existe sim um Santo Graal a ser encontrado!
Registram “lá infindas formas de felicidade e o “caminho correto” e “ sábio” a seguir, fazendo como uma espécie de “blindagem” e um lenitivo contra as irrevogáveis e inevitáveis amarguras e dissabores da finitude humana.
A Net é o solo fértil para os donos da verdade, da moral e da ética.
E eles possuem a fórmula para um lugar mais “justo”, bem melhor e com menos desigualdades sociais. O fato de o sujeito se sentir um “construtor de Paraísos” onde tudo funciona bem e não existem aborrecimentos (exceto o tédio) confere um sentido vitaminado para a vida e resulta, segundo as pesquisas, em benefícios inquestionáveis para a saúde do seu criador.
Quem não quer um SUS sem filas? Quem não quer ter todos os cidadãos empregados e com um trânsito tranquilo e calmo? Quem não quer um mundo longe da corrupção? Com uma Justiça perfeita? Ao menos, nunca li ou ouvi ninguém afirmar que é favorável àquilo que a maioria esmagadora repudia.
E nesse mundo unidirecional, criticar é sempre mais fácil.
Nunca vi um político dizer que vai destruir escolas e aumentar os impostos em suas campanhas e isso independente de partidos ou ideologias.
Ser o titular de uma bela tese e de bonita ideia de como fazer do mundo um lugar perfeito proporciona uma euforia que nutre o seu auto.
O velho argumento do " eu faria muito melhor" está sempre presente, pois ninguém poucos se atrevem a desqualificar a crença   num mundo mágico e maravilhoso.
Poucos gostam de se reconhecer impotentes, falíveis e limitados para mudar e transformar verdadeira e significativamente a sociedade capitalista em que vivemos e que colaboramos, diariamente, para manter exatamente como está.
E no bojo da mágica do mundo virtual e do faz de conta, não poderia faltar a hipocrisia e a demagogia como ingredientes principais.
E segue o barco da vida no vasto rio da existência!!


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A FACE INCONTROLÁVEL


                                              


       Existe uma face incontrolável que faz uma gama enorme de seres humanos rumarem diretamente para o abismo das tragédias, dores e dissabores amiúde anunciados.
As campanhas de conscientização infelizmente não os alcançam guiados que estão pela cegueira inconsequente de seus comportamentos.
Cegueira essa que acaba enlutando muitas famílias e causando um sofrimento profundo nos que não entendem como um ser humano pode manter uma incompreensível persistência em algo que o levará a uma fatalidade ou a um quadro crônico de tristezas.
E essa face incontrolável que “explica não explicando” o uso de drogas, bebidas alcóolicas como se fosse algo imprescindível para a “ verdadeira diversão” ou como dizem alguns jovens: “ para curtir a vida” em sua plenitude.
E a morte, essa víbora implacável enche balaios dessas vítimas que fazem questão de estabelecer um diálogo constante com ela.
Em acidentes graves de trânsito, em distúrbios psicológicos que são dimensionados e desencadeados e nas demais tragédias cotidianas, ela (a morte) faz a sua farta colheita.
E a vida real se transforma em um palco diário do desenrolar de tragédias onde a plateia ( os que sobrevivem) restam prostrados diante da inútil vontade de transformar aquilo que é imodificável e que se repete sem cessar.
O grande escritor Guimarães Rosa afirmou que viver era muito perigoso.
E fica trágico quando não se tem o mínimo de cuidado com a vida.
E como nos dizia o filósofo Arthur de Shopenhauer : em geral, chamamos de destino as asneiras que cometemos.
Triste constatação.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

FIGURAS FOLCLÓRICAS


                                                  


        Votar consciente é votar exatamente como alguns “sábios” dizem que é. Se alguém ousar discordar: então é um burro, alienado e ignorante. E uns denominam isso de “democracia”.

O Juca M. Alves é uma espécie de “sensor- maior” dos conceitos da vida pós-pós-moderna. Tudo parece que precisa passar pelo seu crivo e análise. Ele virou numa espécie de Oráculo de Delfos Tupiniquim.

Ele consegue a proeza de estar acima do bem e do mal.

O ego do Juca é tão inflado que a única possibilidade de relativização daquilo que ele afirma é quando ele mesmo permite interpretações dúbias de suas próprias opiniões.

 Ele vive falando mal do Governo DILMA, dizendo ser péssimo e outras salamandras do gênero, mas reconhece que há partidos bons que apoiam Dilma e que, portanto tem algo de bom.  Péssimo e bom?

Sobre o “voto consciente” ele cria a moldura e as definições que entende corretas e aqueles que discordam ou são “ alienados” ou precisam “ estudar mais”.

E não tem discussão que o homem não cite a Grécia antiga, como se esse fosse um “argumento coringa’, ou seja: inquestionável”.

O engraçado é que em todos os debates que trava, o Juca termina irritado, magoado e falando que o povo “não sabe votar”, como se a eleição em um Estado democrático de Direito fosse só para os que se consideram “ iluminados” e necessitasse do beneplácito e da confirmação do Juca para ter validade.

Na visão do Juca o Tribunal Superior Eleitoral deveria enviar todos os votos para a sua casa para que ele aprovasse ou não. O bicho é medonho!

A soberba e a arrogância do Juca chegam a ser surreal. E o pior: ele tem talento, oratória e empolgação.

Criminosos ele quer todos mortos e sem direito algum. Quer câmeras em todos os lugares da cidade com todo mundo sendo monitorado dia e noite.

A opinião de evangélicos, católicos e religiosos ele considera um atraso para a sociedade brasileira e os “ novos tempos”.

Tem um comportamento totalmente histriônico e consegue ser mais radical que o saudoso Enéas Carneiro.

Ainda em que no atual estágio da sociedade tais pessoas figuram apenas como figuras folclóricas.

E figuras folclóricas fazem parte da democracia.

E segue o barco da vida no vasto rio da existência.

 

 

 

 

 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

EMPULHAÇÕES..


                                                         

 
A criatividade mercadológica não tem mesmo limites e agora entrou no campo do ridículo, esdrúxulo e inimaginável.
A cada dia criam uma porcaria nova com promessas bisonhas e cientificamente mentirosas.
Tem o “creme da felicidade” que em sua fórmula mágica supostamente ativa funções neurológicas e deixa quem o usa mais “zen” e tão alegre e espiritualmente elevado como um Monge do Butão.
O quê dizer do desodorante que supostamente elimina o suor decorrente do estresse e torna os seus consumidores tranquilos, pois passarão a viver em uma redoma que “protege do tumulto do mundo”. Um produto que faz o trabalho de muitos ansiolíticos e que pode até substituir algumas psicoterapias.
Tem também um chocolate que aumenta a inteligência e basta uma semana de consumo para que se perceba a “potencialização do raciocínio”. O vivente que sequer sabia jogar passa então a ganhar campeonatos de Xadrez.
A empulhação anda tão danada e acentuada que faz lembrar as “ Organizações Tabajara” do famoso programa de humor: Casseta e Planeta.
 Não podemos esquecer-nos de citar o “Chá de ervas milagroso”. Uma verdadeira alquimia. Uma mistura poderosa de ervas que curam absolutamente tudo (de HIV até Alzheimer).
Recomendo que tais indústrias também criem um produto contra a falta de vergonha na cara e que façam um auto- tratamento rigoroso e intensivo.
Mas, como diz o meu amigo Juca M. Alves e também o Pedro Lorpa: enquanto existirem os bobos, existirá a empulhação.
E a empulhação: vende bem!
 
 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

NOVO COLLOR...


                                                           

 


Eis que aos poucos vem surgindo o “novo Collor”.

O vivente fala bem, tem postura, empolgação pelos “ assuntos da pátria” e um misto de simplicidade com o mais puro requinte. Um sorriso que promete um “mundo encantado”.

Diz que vai mudar os “ rumos do País” e com pulso firme combater a corrupção e as “ chagas” históricas da República.

Muito mais que “caçar marajás” ele vai ser o comandante do “navio da moralidade” a singrar os mares da honestidade e de uma “ nova forma de fazer política”.

O seu olhar é belo, um verdadeiro portal onde é possível ver um Brasil alegre: com todos empregados, saúde e educação com problemas equacionados e o povo com uma alegria nunca antes sonhada.

Ele é a chave, o código e tem a capacidade de construir algo novo, pois não faz parte do “grupo podre”, sendo um homem “incorruptível” e “inconspurcável”.  Tem jeito de santo!

E nesse “novo” é possível se ouvir a música tema do Mágico de OZ, Over The Rainbow:

“Somewhere over the rainbow
Way up high
There's a land that I heard of
Once in a lullaby
Somewhere over the rainbow
Skies are blue
And the dreams that you dare to dreamReally do come true…..”

Dos personagens da literatura lembra muito o patriota Major Quaresma, de Lima Barreto e mais ainda o Cândido, de Voltaire, cujo protagonista é levado por leituras alienadoras a construir uma visão de mundo ilusória e otimista demais.

Confesso que tenho medo do “ novo Collor”.

Ele é extremamente mais sedutor que a versão original e com uma tecnologia de marketing que antes não existia.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

INDÚSTRIA DAS MESMAS DISCUSSÕES


 
 

No mundo contemporâneo (pós-pós-moderno) e diante de suas inúmeras “complexidades temáticas”, as tais conferências, congressos e simpósios se multiplicaram de forma inimaginável e já estão entrando naquilo que o filósofo Miguel Sturvinski denomina de “ reprodução estéril das mesmas coisas”.

Tem conferência para decidir assuntos para outra conferência e congressos pomposos que tratam dos mesmíssimos assuntos em “novas-velhas” teses, críticas, encaminhamentos e desafios.

Nem bem acaba uma conferência e já inicia outra com variações e floreios diferenciados dos mesmos “debates já debatidos”.

Segundo pesquisas feitas pelo pós-pós-doutor Richard Brutcholl, em seu livro: A reprodução do óbvio, Editora sarcasmos, 3ª edição-já foram realizadas 25733 congressos, simpósios e conferências falando sobre o tal desenvolvimento sustentável, biodiversidade e a importância de se preservar a natureza para as futuras gerações.

Sobre como “entender profundamente” as origens e causas da violência urbana e qual a profilaxia e planos governamentais para diminuí-la já houve mais de 34789 encontros, gastando bilhões com  hotéis, alimentação, transporte. Etc.

Existe uma verdadeira “indústria das mesmas discussões” que movimenta bilhões para discutir e debater o óbvio.

O meu amigo Juca Alves, por exemplo, já participou de uns 200 encontros sobre a temática do adolescente infrator (Estatuto da Criança e Adolescente) e da aplicação de medidas socioeducativas e quais as formas de retirar jovens das ruas, das drogas e diminuir os índices de internações, de atos infracionais e outras salamandras do gênero.

O Juca confidenciou-me que os debates são rigorosamente os mesmos, diferindo apenas que uns palestrantes citam autores Italianos e outros Franceses e Americanos, passando uma espécie de “verniz especial” sobre aquilo que todos estão coalhados de saber.

Assuntos como a “ética e a moralidade na política”, ele participou de uns 30 congressos e todos os oradores concluíram exatamente aquilo que já haviam dito em edições anteriores, de modo que a simples reprodução de uma edição anterior já resolveria a questão, podendo até ser enviada por arquivo de áudio para os que estivessem interessados, sem maiores custos e perda de tempo.

Atualmente, o Juca entrou em depressão e desenvolveu verdadeiro trauma com tais eventos. Tanto que sequer participa de uma simples reunião familiar.

Revoltou-se com a “ punheta ideológica e teórica” sobre temas que se tornaram insuportáveis por serem óbvios demais.
Ele acha que no futuro existirá uma máquina onde o cidadão escolherá um tema, colocará algumas moedas e com um fone de ouvido poderá ouvir uma síntese de assuntos, resumindo umas 15 mil palestras em apenas alguns tópicos. A tecnologia dará um jeito de tornar mais prático e suportável aquilo que hoje está ficando chato e caro demais.

O Juca prefere plantar árvore, cultivar hortaliças e fazer caridade ajudando alguém que esteja necessitado de verdade.

Já não quer mais “salvar o mundo” apenas em discursos e verborragias teatrais.

 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

FÊMEAS BANDIDAS



 


Quem escuta e assiste aos noticiários dos últimos anos acaba pensando que a mulherada anda surtando demais e manifestando uma violência descomunal: uma esquartejando o marido, outra contratando pra matar e tantos outros casos de verdadeira truculência.

O fato é que as “fêmeas bandidas” deixaram suas marcas em todas as épocas da história da humanidade.

Gessina Gottfried, uma atraente mulher de olhos azuis e da classe média da Alemanha, em 1813 matou seu milionário marido ministrando arsênico em sua cerveja. A beleza era uma grandeza diretamente proporcional a beleza e a perversidade dessa "dama".

Helene Jegado de 28 de junho até 3 de outubro de 1833 trabalhou na casa de um padre em Plouhinec e matou sete pessoas, sendo que calcula-se que ao todo tenha matado 23.

Mary Ann Cotton, nascida na Inglaterra em 1832 era terrível. Tanto e a tal ponto que matou seu companheiro além de ter matado o garoto Charles Edward.

Não menos diabólica era Amélia Dyer, que inclusive era membro do exército da salvação, sendo que lá por 1895 assassinou seis bebês. O pior é que viveu por algum tempo como uma mulher " normal".

A tal Popeia Sabina era altamente sedutora e valeu-se desse atributo para conquistar o Imperador Nero fazendo-o divorciar-se de sua mulher Cláudia Otávia, algo que hoje em dia é tão normal que já nem serve de exemplo de deslealdade ou mesmo de maldade.

Túlia, neta de Tanaquil e esposa de Tarquínio Prisco, quinto rei de Roma, era uma das mais perversas da Antiguidade.

Essa verdadeira “Diaba” planejou a morte do próprio pai e conta a história que quando andava de carruagem pelas ruas da cidade, parou abruptamente , quando deparou com um obstáculo que na verdade era o corpo do seu pai que agonizava ensanguentando.

Sem se deixar abalar, Túlia tomou as rédeas e tocou a carruagem por cima do cadáver do pai, ficando apenas importunada com os respingos de sangue que mancharam seu lindo vestido. Há muitas Túlias "encarnadas" na sociedade atual.

Lucréia Bórgias, que viveu lá no período do Renascimento, era especialista em envenenar homens, sendo  eliminou vários com a aplicação de tal método. Certamente consideraria as atuais homicidas como amadoras e de pouca eficácia.

Portanto, a mulherada bandida não vem de hoje.

As “fêmeas bandidas” existiram em todas as épocas.


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ELA ERA UM CORPO


                                                    

 

Ela era um corpo inicialmente virtual e que um dia se tornou real.

Com as facilidades comunicacionais das novas convergências midiáticas começamos o nosso “relacionamento de bolso”: amor líquido e que sabíamos descartável.

Não tínhamos projetos de nada e o companheirismo que havia era apenas com finalidades sexuais: o mais puro ardor hedonista.

Ela não era uma pessoa. Só existia como um corpo. Um corpo que ao satisfazer os meus desejos e fantasias mais safadas também alcançava múltiplos orgasmos.

Enriquecíamos os motéis em encontros onde a luxúria ditava as regras.

A beleza dela era um ingrediente amiúde afrodisíaco que fez a relação puramente carnal durar mais de 2 anos. A frivolidade está sendo duradoura.

Preenchíamos um vazio interior no outro e assim conseguíamos um sentido para viver.

Afugentávamos as incertezas da vida na exploração máxima que os nossos corpos eram capazes.

Eu não me amava e usava-a para preencher minhas deficiências. Buscava um ego complementar.

Ela só tinha importância para satisfazer os meus objetivos mais egoístas e creio que eu também tinha essa função para ela.

Ela era um suporte.

E quando a relação deu indícios de que poderia se tornar um sentimento verdadeiro: o tesão acabou e com ele descartamos um ao outro.

Uma experiência amorosa seria a nossa degradação.

São os tempos pós-pós-modernos.

 

 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

QUALQUER PIÁ DE BOSTA.



 

Se os “tempos de internet” trouxeram avanços inquestionáveis nas comunicações, democratização da informação (com notas de conhecimento) e a possibilidade e interconexões várias e outras salamandras do gênero, também trouxe um espécie de náusea que nos carrega com um “sentimento de burrice” diante das novas gerações.

Em palestras, simpósios, pesquisas, debates “qualquer piá de bosta” está bancando o sábio e erudito: com citações impecáveis dos grandes expoentes da história do pensamento. Parece que a erudição virou um lugar comum que não empolga mais ninguém. Não há mais aquela vaidade e aura majestosa que iluminava quem estava palestrando sobre um tema importante e instigante do conhecimento humano.

Está tudo banalizado demais.

Doutores são rebatidos por meros graduados e em muitas situações até vencidos nas argumentações. É que o autodidatismo virtual está produzindo verdadeiros monstros que saem de verdadeiras cavernas com um conhecimento colossal e até maior que originários das cátedras.

Em uma palestra na PUC de Porto Alegre, assisti ao espetáculo de um piá debatendo Martin Heidegger com um professor já tarimbando no assunto. Falava que o conceito do tal DASEIN dito pelo mestre estava equivocado e não se inseria minimamente na contemporaneidade, etc. etc.

Teimou que  aquilo que uma coisa é, em seu ser, não se esgota em sua objetividade e principalmente quando a objetividade possui o caráter de valor e que toda valorização, mesmo quando valoriza positivamente se constitui em uma subjetivação.
Fez outras elucubrações que devido ao meu raquitismo mental sequer consegui entender  e logicamente não consigo me lembrar. Sei dizer que era algo de extrema complexidade e o piá falou com louvável propriedade e fundamentação.

O professor respondeu com citações em alemão, falando que havia um equívoco de tradução. O piá prosseguiu discordando, afirmando que também dominava o idioma.

A palestra se transformou em uma verdadeira “escaramuça de monstros” com um público se sentindo idiota diante da precocidade daquele piá e da audácia em debater de igual pra igual com o venerável mestre.

A conclusão a que cheguei é que não se fazem mais palestras como antigamente. A verborragia mágica dos oradores de antanho não está mais proporcionando o mínimo de respeito ou, em outra linha de pensamento: o manancial de estudos, teses, livros, textos disponíveis na Net está proporcionando uma verdadeira revolução no sentido de dar audácia aos que antes eram meros convidados de pedra e tinham um temor reverencial por não entenderam quase nada do que estava sendo dito.

O fato é que fiquei me sentindo um completo burro.  Velho demais para ter a audácia de desafiar a juventude de hoje.

Em tais palestras e debates fico sempre no mais absoluto silêncio.
 Até para não deixar fiasco!
 
E SEGUE O BARCO DA VIDA NO VASTO RIO DA EXISTÊNCIA.

 

 

 

 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

SER GAÚCHO É UM DELITO


                                                     
 

Ser gaúcho é um delito, em 1872, escreveu José Hernández em seu famoso Martin Fierro. E de fato era.

Qualquer piá sabe que os “ gaúchos” eram mestiços sem lei, sem chefe e que viviam longe da ordem e da polícia, troteando ou vagando sem destino e sem saber se estavam no Brasil, Cisplatina ou Argentina.

Com o tempo, os grandes proprietários de terra os consideraram desordeiros e a própria sociedade sul-rio-grandense acabaria por marginalizá-los ainda mais se posicionando favorável a que fossem perseguidos pela polícia.

E sem floreios e bajulações o fato é que a Revolução Farroupilha serviu mais para dimensionar e estruturar ainda mais o poder de grandes estanceiros (caramurus e farroupilhas) não mudando patavina alguma na vida dos trabalhadores livres e dos escravos.

Os “gaúchos” na Revolução foram usados pelos grandes proprietários naquilo que tinham de melhor: suas habilidades de guerreiros e conhecimentos geográficos da pampa.

Tendo fama de bons lutadores (com facão e lança) os estanceiros arregimentaram os “gaúchos” para as guerras ou combates que tramavam fazer diante dos seus descontentamentos particulares.

O Governo Imperial vinha deixando esses poderosos descontentes e seus interesses ou eram negados ou prejudicados.

Lideraram então escravos, trabalhadores livres e “ gaúchos” para travar escaramuças que ao final só serviriam para ( logicamente) ampliar suas propriedades, seu poder: com o domínio da produção e valorização do charque e até mesmo do contrabando.

Os líderes garantiram suas propriedades ( em termos de legitimação) e elevaram o seu poder, prosseguindo uma concentração de terras ainda maior que a anterior a dita Revolução. Aos “gaúchos” restou o discurso ideológico do “ gaúcho herói”, ou seja: que foram destemidos, valentes, superiores e um exemplo que deve ser eternamente recordado.

O historiador Torronteguy, sobre o episódio Farroupilha escreveu: “ do ponto de vista material foi pura ilusão. Essa ideologia ultrapassou o século XIX e chegou até o presente travestida de um outro nome, o tradicionalismo, servindo para cultuar os costumes de antepassados, mas, no fundo escondendo a perversa troca que houve: em vez de dar terras aos trabalhadores e fazer uma verdadeira justiça social, os poderosos proprietários deram a ilusão de que eles ( os gaúchos) foram “ poderosos guerreiros” e que jamais a posteridade os esqueceria.

 A Revolução Farroupilha não foi nada semelhante ao mito criado por alguns historiadores românticos e que prossegue sustentado no “rito bonito e sedutor” daquilo que se denomina de tradição.

De qualquer forma, ao contrário do apregoado por Juremir Machado, o melhor mesmo é continuar acreditando num passado idealizado no campo, onde as pessoas são sempre honestas, sinceras, valentes e hospitaleiras.

É isso que ensinarei aos meus filhos.

Viva os heróis Farroupilhas! Viva a Revolução! Viva o “ gaúcho” herói !

 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

ORAR TODOS OS DIAS!!



Humilhemo-nos diante de tí Grande Arquiteto do Universo!
Ajudai-nos em nosso dia a dia derramando sobre nossas cabeças as suas bênçãos divinas!

Fazei que nossos pensamentos sejam todos voltados para o bem, de nossos irmãos, de nossas famílias e de toda humanidade!

Daí nos força e coragem para que possamos seguir seus passos como os astros criados por ti percorrem no infinito ao redor do Sol em trajetória perfeita!

Que possamos ser fiéis às causas maçônicas, de modo que possamos difundir todo o bem que nos ensinastes!

Humilhemo-nos Senhor!
Para que possamos não criticar quem quer que seja!
Para que nossas mentes estejam sempre limpas!
Iluminai-nos Senhor com o brilho de sua luz para que possamos irradiar bondade ao nosso redor!

Lembrai-nos Senhor de que se julgamos somos passíveis de sermos julgados!

Lembrai-nos que a máxima: Liberdade; Igualdade e Fraternidade estejam sempre em nossos corações!

Assim Seja!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

DEBULHAÇÃO PÚBLICA


                                         

Embora a Constituição Federal faça previsão do princípio da Presunção de Inocência, estamos assistindo a uma absurda e injusta inversão desse direito fundamental. Inúmeros são os casos onde julgamentos sumários acontecem em verdadeiras “debulhações públicas”.
Qualquer lorpa registra algo ou faz uma "denúncia" e sem o mínimo de critério alguém ( ainda mais lorpa) publica tal versão como definitiva dando destaque em sites, jornais ou meio virtual proporcionando, com isso, um verdadeiro linchamento moral de alguém que sequer foi formalmente acusado.
Nos meios virtuais existem casos onde sem sequer ouvir a versão do acusado ( ferindo frontalmente o princípio do contraditório) ele é condenado por uma turma de ignorantes que faz da sua opinião uma espécie de inquisição.
E geralmente são opiniões carregadas de rancor, ódio e mágoas que nada mais revelam do que a aflição existencial e espiritual de seus autores. O desequilíbrio é o indício primeiro da demência, já dizia o grande Baltazar Gracián.
No campo político, pessoas astutas e sagazes são capazes de comprar testemunhas e forjar uma acusação só para espalhar na mídia e causar estragos em seus adversários. São inúmeros casos de acusações de adultério, abortos, uso de drogas, corrupções, pedofilias e outras salamandras do gênero. Casos em que os "acusados" foram ABSOLVIDOS, pois se comprovou no término do processo que tudo não passou de uma abominável armação de algum desafeto político.
Num amálgama de perversidade, psicopatia e maquiavelismo alguns são capazes de caluniar, difamar, injuriar, dominados que estão pela obsessão de prejudicar pessoas que por algum motivo banal passam a ser o alvo.
Muitos são os casos de pessoas massacradas e reputadas “ facínoras” e “ monstros” que foram absolvidas, mas que tiveram sua vida ( moral e reputação) tisnada pelo afoitismo truculento dos que habitam na ESCURIDÃO da primeira versão dos fatos.
Ainda bem que o PODER JUDICIÁRIO em vários julgamentos tem rechaçado e colocado freios nessa verdadeira epidemia de considerar culpado e espinafrar a moral de quem tem contra si uma acusação unilateral e que sequer foi (minimamente) apreciada pelo Poder Constitucionalmente designado para tal tarefa: O JUDICIÁRIO.
Se fosse dada “ rédeas soltas” a esse modo de proceder teríamos com o tempo verdadeiras INDÚSTRIAS ou EMPRESAS a serviço da maledicência: oferecendo mercenários que servem de testemunhas para sustentar qualquer tipo de acusação ou versão, incentivando mágoas, alimentando discórdias acrescentando a isso os naturais comportamentos decorrentes de distúrbios psiquiátricos.
Em tal “ mundo” qualquer ser humano teria o incrível poder de destruir o outro, bastando um simples e unilateral  Boletim de Ocorrência  acrescido da ajuda de  alguns ignorantes para fazer proselitismos e passar a ideia de que a versão dada é ABSOLUTA e inquestionável, mesmo sem ouvir o que a parte contrária tem a dizer.
No rigor que só os mais civilizados possuem uma versão é apenas uma versão. Nada mais.
O julgamento pertence a um Juiz de Direito com a observação de um devido processo legal, ampla defesa e contraditório, considerando que mesmo em uma decisão monocrática não existe a decretação de uma “verdade absoluta”, pois em instância recursal a decisão dada pode ser reformada, anulada e modificada, tal como aconteceu no julgamento do Prefeito de Cruz Alta que foi inicialmente cassado e posteriormente absolvido de forma unânime pelos Desembargadores do T.R.E. Quem agora vai pagar pelo abalo moral que os precipitados lhe causaram em várias opiniões agressivas nas Redes Sociais? Pelos inúmeros comentários que o chamavam de corrupto?
Como diz um famoso ditado:  Summary iudicium iniquum iudicium