Pesquisadores com
pós-pós-doutorado da Universidade de Bruxelas acabam de descobrir que “consertar
o mundo” no “mundo virtual” libera altas doses de dopamina, um importante
neurotransmissor ligado ao prazer e à motivação.
Bancar o Dom Quixote da moral, o “Salvador da Pátria” , o “ Revolucionário”
criando soluções mágicas onde todos serão felizes e viverão sem qualquer
aborrecimento tem efeitos benéficos quando do dimensionamento da ilusão nos neurotransmissores.
A história da República registra
escândalos de corrupção com participação dos mais diversos partidos e
ideologias, mas a ideia que tentam passar nas redes sociais é a de que existe
sim um partido puro, imaculado e que pode ser a panaceia de todos os males.
Existe sim um Santo Graal a ser
encontrado!
Registram “lá infindas formas de
felicidade e o “caminho correto” e “ sábio” a seguir, fazendo como uma espécie
de “blindagem” e um lenitivo contra as irrevogáveis e inevitáveis amarguras e
dissabores da finitude humana.
A Net é o solo fértil para os
donos da verdade, da moral e da ética.
E eles possuem a fórmula para um
lugar mais “justo”, bem melhor e com menos desigualdades sociais. O fato de o
sujeito se sentir um “construtor de Paraísos” onde tudo funciona bem e não
existem aborrecimentos (exceto o tédio) confere um sentido vitaminado para a vida
e resulta, segundo as pesquisas, em benefícios inquestionáveis para a saúde do
seu criador.
Quem não quer um SUS sem filas?
Quem não quer ter todos os cidadãos empregados e com um trânsito tranquilo e
calmo? Quem não quer um mundo longe da corrupção? Com uma Justiça perfeita? Ao
menos, nunca li ou ouvi ninguém afirmar que é favorável àquilo que a maioria
esmagadora repudia.
E nesse mundo unidirecional, criticar é sempre mais fácil.
Nunca vi um político dizer que
vai destruir escolas e aumentar os impostos em suas campanhas e isso
independente de partidos ou ideologias.
Ser o titular de uma bela tese e
de bonita ideia de como fazer do mundo um lugar perfeito proporciona uma
euforia que nutre o seu auto.
O velho argumento do " eu faria muito melhor" está sempre presente, pois ninguém poucos se atrevem a desqualificar a crença num mundo mágico e maravilhoso.
Poucos gostam de se reconhecer impotentes, falíveis e
limitados para mudar e transformar verdadeira e significativamente a sociedade
capitalista em que vivemos e que colaboramos, diariamente, para manter exatamente
como está.
E no bojo da mágica do mundo
virtual e do faz de conta, não poderia faltar a hipocrisia e a demagogia como
ingredientes principais.
E segue o barco da vida no vasto
rio da existência!!
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