
Ela era um corpo inicialmente
virtual e que um dia se tornou real.
Com as facilidades
comunicacionais das novas convergências midiáticas começamos o nosso “relacionamento
de bolso”: amor líquido e que sabíamos descartável.
Não tínhamos projetos de nada e o
companheirismo que havia era apenas com finalidades sexuais: o mais puro ardor
hedonista.
Ela não era uma pessoa. Só
existia como um corpo. Um corpo que ao satisfazer os meus desejos e fantasias
mais safadas também alcançava múltiplos orgasmos.
Enriquecíamos os motéis em
encontros onde a luxúria ditava as regras.
A beleza dela era um ingrediente
amiúde afrodisíaco que fez a relação puramente carnal durar mais de 2 anos. A frivolidade está sendo duradoura.
Preenchíamos um vazio interior no
outro e assim conseguíamos um sentido para viver.
Afugentávamos as incertezas da
vida na exploração máxima que os nossos corpos eram capazes.
Eu não me amava e usava-a para
preencher minhas deficiências. Buscava um ego complementar.
Ela só tinha importância para
satisfazer os meus objetivos mais egoístas e creio que eu também tinha essa
função para ela.
Ela era um suporte.
E quando a relação deu indícios
de que poderia se tornar um sentimento verdadeiro: o tesão acabou e com ele
descartamos um ao outro.
Uma experiência amorosa seria a
nossa degradação.
São os tempos pós-pós-modernos.
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