Agora virou moda qualquer lorpa “esculhambar” a biografia de
uma pessoa famosa ou alguém que tenha tido alguma importância na história e lucrar
milhões com isso. E a onda de “espinaframentos” e desmoralizações viceja cada
vez maior a ponto de já termos uma Indústria fumegante e muito rentável.
Li um livro que não me recordo o nome onde afirmava que o tal
Che Guevara era um farsante capitalista
e que tinha relações até com os imperialistas americanos; que Madre Tereza de
Calcutá era uma comum pecadora e que fazia sua obra de caridade por interesses
mesquinhos e outras salamandras do gênero. O livro inteiro era dedicado a esbugalhar e
denegrir a imagem e a história oficial dessas pessoas.
Curioso é que sempre existe o relato de alguém que viveu algo
no passado e que foi amigo ou conhecido do biografado, mas que guardou segredo
por 20, 30,50 anos e só depois de muito tempo resolveu dar uma estranha “entrevista
bombástica” e contar algo importante que para tais escritores.
Numa das “bioesculhambações” um historiador com óculos fundo
de garrafa e ar de seriedade afirma que Adolf Hitler era viado e que escolhia
os melhores e mais bonitos soldados para seus deleites sexuais. O fato é que
ninguém vai querer ou ousar desmentir isso, pois vai parecer quer estará
defendendo o líder dos nazistas, trazendo pra si todo o estigma que isso
representa.
Caluniar, difamar ou injuriar passou a ser algo muito
compensador e na pior da hipóteses o
autor terá que pagar uma indenização por danos morais, gastando uma pequena
parcela dos milhões que ganhou com tal ato criminoso.
E nessa toada seguem as diversas biografias que só possuem
coragem de existir depois de muitos anos da morte da pessoa ou de seus
familiares, onde já nem é mais possível um contraditório ou sequer uma defesa.
Tem escritores dizendo que Luis Carlos Prestes era um
verdadeiro bandido e facínora; outros acabam com a boa fama de Bento Gonçalves
e o mesmo fazem com tantas outras expoentes de nossa história. Todos são
colocados num balaio comum da imoralidade e da degradação dos bons costumes e
da moral.
Considerando que todo o ser humano tem a curiosidade de saber
a “ Verdade” de algo que possa a ser considerado uma “ mentira”, basta que se
jogue ao vento uma “nova versão” artificialmente criada, que tal como carne
sangrando jogada em rio de piranhas, todos se sentem atraídos pela “ novíssima
história” que tem pretensões de dizer a “verdade verdadeira”.
A tendência agora é escolher um ícone do passado e atirar “chumbo
grosso” que a renda é garantida e milhões de leitores serão instantaneamente
atraídos.
Não demora muito vem uma Biografia dizendo que Nelson Mandela
era fumador de maconha e que não gostava muito de negros.
Dentro desse contexto está o livro escrito pelo ex-secretário
nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior, que exerceu o cargo no governo de Luiz
Inácio Lula da Silva, o livro Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado, ainda
nem chegou às livrarias, mas já está movimentando Brasília.
O engraçado é que todos esperam muitos anos para só depois
relatarem as “suas verdades”. Virou
comum alguém que participava de uma quadrilha se rebelar e escrever um livro
como forma de “expurgo de sua consciência”.
E a esquizofrenia e a loucura tomam as rédeas do relato dos
fatos. Quanto maior o espetáculo e o “escândalo inventado” maior o destaque
dado pela mídia e maior o lucro. O espaço para a defesa é infinitamente menor
que o concedido para a agressão.
Por essas e outras que desconfio de livros que pretendem
contar a “ verdade” ou a “ verdadeira história”. Tem sempre algo de mais mentiroso do que se pretende "desmentir"
Ainda bem que não sou famoso e não tenho nada de celebridade.
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