Na minha época, meado para o final dos anos 90, só o fato de frequentar curso superior já era uma superioridade, pelo menos eu pensava e agia assim. Dava certo, com as gurias. Lero-leros, boleros e rola-sexos, não exatamente nessa ordem (era a constante).
A felicidade estava em frequentar o ambiente acadêmico e “catedrático” e aplicar o caudal de lições teóricas para abater alguma presa. Com a “mais valia” de Marx: sutiãs e calcinhas despencavam como folhas secas para a satisfação da minha lascívia.
Com a tal " TEORIA COMUNISTA" e a vontade de “mudar o mundo”, inúmeras brunettes “caíam de quatro” – desconfio que a atração que elas sentiam era muito mais pelo simples fato de não conseguirem discordar do medonho enredo construído, digo construído porque sabendo muito pouco do que professava não poderia deixar a peteca cair, ai entrava muita imaginação e retórica.
O produto disso, demonstração de inteligência e a persuasão consumava-se logo em seguida orgasticamente no tapete de alguma sala, num colchão qualquer, num canto de muro, automóvel, em sala de aula (vazia claro) no corredor de algum condomínio, enfim, nos mais insólitos recônditos – menos em moteis, pois o pouco dinheiro que havia era para outras finalidades.
Como dito, retórica abundante e, como não dito, dinheiro escasso. Refleti muito sobre essa questão: como que naquela pindaíba consumia tantas mulheres? Sim, consumia, pois elas vinham exatamente com esse propósito, destituídas de um romantismo maior.
A conclusão a que cheguei foi a seguinte: se tivesse dinheiro iria perder tempo desfilando vaidades. Explico melhor; naqueles tempos de “comunista”, lembrando que não comia criancinhas, a dureza financeira era tanta que resolvi fazer um pacto, e não foi com o diabo, foi comigo mesmo, o pacto de ser feliz e feliz.
E, por incrível que pareça busquei a luz nos 10 Mandamentos, claro, tive que fazer algumas retocadas em algumas ordens, algumas adaptações necessárias, com exceção da primeira regra, essa não me atrevi mexer, uma porque não sou bobo e outra porque se não fiz pacto com o belzebu porque iria criar atrito com Deus? Nem pensar.
Do segundo tirei o “NÃO”, ainda não matei até o presente momento, mas o “Não” mandamental está fora do meu script. Sim, o terceiro não teve jeito, também risquei o “Não”, época de muita leitura, devorava “orelhas” das obras literárias mundialmente consagradas: “Os Miseráveis”, “Roobin Hood”, “Origem da Propriedade Privada e da Família”, “O Idiota”, “Sem Anos de Solidão”, “Meninos da Rua da Praia”, “Tigipió”, “Volta ao Mundo em 80 Dias”, “Papilon”, “Don Quixote”, “O Velho e o Mar”, “Mobydik”, ‘Os Sertões”, e tantas outras etc e tal.
Que acabei desenvolvendo ideias não fixas no inconsciente que assim alertava meu subconsciente no seguinte sentido e com a seguinte indagação: “e se um dia por extremo estado de necessidade for preciso?”. Até hoje ainda não precisei da má sorte alheia e a tal questão carrego adormecida na cachola.
Um mandamento risquei fora por não ter como fugir da raia. Para nós homens é que são 10 divinas ordens, mas paras elas são nove, digo “elas” propriamente falando, tirando as variações que a “modernidade” trouxe ao mundo. Não cobiçarás a mulher do próximo. O tormento é que com essa revolução comportamental em que todos são afetados, principalmente os cônjuges, em que as mulheres casadas estão cada vez mais ousadas em suas investidas. Tarefa difícil era escapar do assédio delas. Ainda mais quando agiam por vingança de saberem que eram traídas e enganadas. Prosseguiam fingindo em suas relações postiças, aprontando uma barbaridade nos bastidores. Se para nós é pecado cobiçar a mulher do próximo, para elas não há essa restrição divina. Ao menos representava ser assim, na grande maioria dos casos.
E ai o próximo é sempre o próximo e a fila anda. Então, com muita filosofia, repertório literário e mandamentos adaptados era (em escala minúscula) um Donald Trump rodeado de coelhas para o abate. Uhuuu!
O segredo era não se irritar ou zombar dos denominados "espertos" que desfilavam suas "namoradinhas lindas" com as quais já havia me relacionado até não poder mais.
Naquela época, o verdadeiro homem não comentava uma vírgula daquilo que fazia ou deixava de fazer..
O segredo era não se irritar ou zombar dos denominados "espertos" que desfilavam suas "namoradinhas lindas" com as quais já havia me relacionado até não poder mais.
Naquela época, o verdadeiro homem não comentava uma vírgula daquilo que fazia ou deixava de fazer..
Nesta batalha pela imediata satisfação sexual, profano, egoístico, percebi que para seduzir uma mulher basta um gesto diferenciado dos demais e uma abordagem discreta, dado sinal de prossiga, exagerar elogios e direcionar a conversa para banalidades citando e recitando algo inteligente colocará a fêmea em situação de irresistência. Ligada e excitada, eis o momento ímpar em que um leve toque físico literalmente a fará estremecer e desejar ser possuída ali mesmo e neste exato momento.
O interessante era fingir acreditar no amor das mais belas, justamente para aproveitar um bom momento em deliciosas travessuras e o máximo possível. Sabia ao certo, que as mais bonitas tinham um talento maior para a mentira e que com o tempo perceberiam que também foram enganadas (pedra trocada) e que arrumariam outro alguém para começar uma nova ciranda de mentiras e uma nova relação.
Arrumariam outro para culpar o namorado anterior pelo término da relação, chamá-lo de canalha por ter “ocupado” o lindo corpo escultural por um bom e considerável tempo. Impressionante que sempre os homens eram culpados pelo fim dos relacionamentos: houve mais de mil relatos de homens na mesma toada. Elas eram as “santinhas” e “indefesas”. Eles: os “ciumentos” e “agressivos”.
O fato é que de uma relação para outra, tendo conhecimento do mecanismo e da psicologia vigorante, tudo se desfazia com uma naturalidade que já permitia a inserção em outra relação, com a vantagem das lições e inúmeras lembranças das relações passadas.
Viver momentos de completa sinceridade e sem floreios foi uma experiência inesquecível e que indiscutivelmente valeu a pena.
Foi “infinito enquanto durou” e muito mais que isso. Era uma forma de tornar a falta de sinceridade e lealdade uma força de equilíbrio, de modo que quando as donzelas eram descobertas em suas infidelidades e diabruras, descobriam ao mesmo tempo e no mesmo momento que provavam, sem saber, do mesmíssimo veneno.
Não por maldade, mas como uma forma de adaptação ao sistema e por entender profundamente a psicologia das fêmas.
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