terça-feira, 22 de outubro de 2013

FIGURAS FOLCLÓRICAS


                                                  


        Votar consciente é votar exatamente como alguns “sábios” dizem que é. Se alguém ousar discordar: então é um burro, alienado e ignorante. E uns denominam isso de “democracia”.

O Juca M. Alves é uma espécie de “sensor- maior” dos conceitos da vida pós-pós-moderna. Tudo parece que precisa passar pelo seu crivo e análise. Ele virou numa espécie de Oráculo de Delfos Tupiniquim.

Ele consegue a proeza de estar acima do bem e do mal.

O ego do Juca é tão inflado que a única possibilidade de relativização daquilo que ele afirma é quando ele mesmo permite interpretações dúbias de suas próprias opiniões.

 Ele vive falando mal do Governo DILMA, dizendo ser péssimo e outras salamandras do gênero, mas reconhece que há partidos bons que apoiam Dilma e que, portanto tem algo de bom.  Péssimo e bom?

Sobre o “voto consciente” ele cria a moldura e as definições que entende corretas e aqueles que discordam ou são “ alienados” ou precisam “ estudar mais”.

E não tem discussão que o homem não cite a Grécia antiga, como se esse fosse um “argumento coringa’, ou seja: inquestionável”.

O engraçado é que em todos os debates que trava, o Juca termina irritado, magoado e falando que o povo “não sabe votar”, como se a eleição em um Estado democrático de Direito fosse só para os que se consideram “ iluminados” e necessitasse do beneplácito e da confirmação do Juca para ter validade.

Na visão do Juca o Tribunal Superior Eleitoral deveria enviar todos os votos para a sua casa para que ele aprovasse ou não. O bicho é medonho!

A soberba e a arrogância do Juca chegam a ser surreal. E o pior: ele tem talento, oratória e empolgação.

Criminosos ele quer todos mortos e sem direito algum. Quer câmeras em todos os lugares da cidade com todo mundo sendo monitorado dia e noite.

A opinião de evangélicos, católicos e religiosos ele considera um atraso para a sociedade brasileira e os “ novos tempos”.

Tem um comportamento totalmente histriônico e consegue ser mais radical que o saudoso Enéas Carneiro.

Ainda em que no atual estágio da sociedade tais pessoas figuram apenas como figuras folclóricas.

E figuras folclóricas fazem parte da democracia.

E segue o barco da vida no vasto rio da existência.

 

 

 

 

 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

EMPULHAÇÕES..


                                                         

 
A criatividade mercadológica não tem mesmo limites e agora entrou no campo do ridículo, esdrúxulo e inimaginável.
A cada dia criam uma porcaria nova com promessas bisonhas e cientificamente mentirosas.
Tem o “creme da felicidade” que em sua fórmula mágica supostamente ativa funções neurológicas e deixa quem o usa mais “zen” e tão alegre e espiritualmente elevado como um Monge do Butão.
O quê dizer do desodorante que supostamente elimina o suor decorrente do estresse e torna os seus consumidores tranquilos, pois passarão a viver em uma redoma que “protege do tumulto do mundo”. Um produto que faz o trabalho de muitos ansiolíticos e que pode até substituir algumas psicoterapias.
Tem também um chocolate que aumenta a inteligência e basta uma semana de consumo para que se perceba a “potencialização do raciocínio”. O vivente que sequer sabia jogar passa então a ganhar campeonatos de Xadrez.
A empulhação anda tão danada e acentuada que faz lembrar as “ Organizações Tabajara” do famoso programa de humor: Casseta e Planeta.
 Não podemos esquecer-nos de citar o “Chá de ervas milagroso”. Uma verdadeira alquimia. Uma mistura poderosa de ervas que curam absolutamente tudo (de HIV até Alzheimer).
Recomendo que tais indústrias também criem um produto contra a falta de vergonha na cara e que façam um auto- tratamento rigoroso e intensivo.
Mas, como diz o meu amigo Juca M. Alves e também o Pedro Lorpa: enquanto existirem os bobos, existirá a empulhação.
E a empulhação: vende bem!
 
 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

NOVO COLLOR...


                                                           

 


Eis que aos poucos vem surgindo o “novo Collor”.

O vivente fala bem, tem postura, empolgação pelos “ assuntos da pátria” e um misto de simplicidade com o mais puro requinte. Um sorriso que promete um “mundo encantado”.

Diz que vai mudar os “ rumos do País” e com pulso firme combater a corrupção e as “ chagas” históricas da República.

Muito mais que “caçar marajás” ele vai ser o comandante do “navio da moralidade” a singrar os mares da honestidade e de uma “ nova forma de fazer política”.

O seu olhar é belo, um verdadeiro portal onde é possível ver um Brasil alegre: com todos empregados, saúde e educação com problemas equacionados e o povo com uma alegria nunca antes sonhada.

Ele é a chave, o código e tem a capacidade de construir algo novo, pois não faz parte do “grupo podre”, sendo um homem “incorruptível” e “inconspurcável”.  Tem jeito de santo!

E nesse “novo” é possível se ouvir a música tema do Mágico de OZ, Over The Rainbow:

“Somewhere over the rainbow
Way up high
There's a land that I heard of
Once in a lullaby
Somewhere over the rainbow
Skies are blue
And the dreams that you dare to dreamReally do come true…..”

Dos personagens da literatura lembra muito o patriota Major Quaresma, de Lima Barreto e mais ainda o Cândido, de Voltaire, cujo protagonista é levado por leituras alienadoras a construir uma visão de mundo ilusória e otimista demais.

Confesso que tenho medo do “ novo Collor”.

Ele é extremamente mais sedutor que a versão original e com uma tecnologia de marketing que antes não existia.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

INDÚSTRIA DAS MESMAS DISCUSSÕES


 
 

No mundo contemporâneo (pós-pós-moderno) e diante de suas inúmeras “complexidades temáticas”, as tais conferências, congressos e simpósios se multiplicaram de forma inimaginável e já estão entrando naquilo que o filósofo Miguel Sturvinski denomina de “ reprodução estéril das mesmas coisas”.

Tem conferência para decidir assuntos para outra conferência e congressos pomposos que tratam dos mesmíssimos assuntos em “novas-velhas” teses, críticas, encaminhamentos e desafios.

Nem bem acaba uma conferência e já inicia outra com variações e floreios diferenciados dos mesmos “debates já debatidos”.

Segundo pesquisas feitas pelo pós-pós-doutor Richard Brutcholl, em seu livro: A reprodução do óbvio, Editora sarcasmos, 3ª edição-já foram realizadas 25733 congressos, simpósios e conferências falando sobre o tal desenvolvimento sustentável, biodiversidade e a importância de se preservar a natureza para as futuras gerações.

Sobre como “entender profundamente” as origens e causas da violência urbana e qual a profilaxia e planos governamentais para diminuí-la já houve mais de 34789 encontros, gastando bilhões com  hotéis, alimentação, transporte. Etc.

Existe uma verdadeira “indústria das mesmas discussões” que movimenta bilhões para discutir e debater o óbvio.

O meu amigo Juca Alves, por exemplo, já participou de uns 200 encontros sobre a temática do adolescente infrator (Estatuto da Criança e Adolescente) e da aplicação de medidas socioeducativas e quais as formas de retirar jovens das ruas, das drogas e diminuir os índices de internações, de atos infracionais e outras salamandras do gênero.

O Juca confidenciou-me que os debates são rigorosamente os mesmos, diferindo apenas que uns palestrantes citam autores Italianos e outros Franceses e Americanos, passando uma espécie de “verniz especial” sobre aquilo que todos estão coalhados de saber.

Assuntos como a “ética e a moralidade na política”, ele participou de uns 30 congressos e todos os oradores concluíram exatamente aquilo que já haviam dito em edições anteriores, de modo que a simples reprodução de uma edição anterior já resolveria a questão, podendo até ser enviada por arquivo de áudio para os que estivessem interessados, sem maiores custos e perda de tempo.

Atualmente, o Juca entrou em depressão e desenvolveu verdadeiro trauma com tais eventos. Tanto que sequer participa de uma simples reunião familiar.

Revoltou-se com a “ punheta ideológica e teórica” sobre temas que se tornaram insuportáveis por serem óbvios demais.
Ele acha que no futuro existirá uma máquina onde o cidadão escolherá um tema, colocará algumas moedas e com um fone de ouvido poderá ouvir uma síntese de assuntos, resumindo umas 15 mil palestras em apenas alguns tópicos. A tecnologia dará um jeito de tornar mais prático e suportável aquilo que hoje está ficando chato e caro demais.

O Juca prefere plantar árvore, cultivar hortaliças e fazer caridade ajudando alguém que esteja necessitado de verdade.

Já não quer mais “salvar o mundo” apenas em discursos e verborragias teatrais.

 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

FÊMEAS BANDIDAS



 


Quem escuta e assiste aos noticiários dos últimos anos acaba pensando que a mulherada anda surtando demais e manifestando uma violência descomunal: uma esquartejando o marido, outra contratando pra matar e tantos outros casos de verdadeira truculência.

O fato é que as “fêmeas bandidas” deixaram suas marcas em todas as épocas da história da humanidade.

Gessina Gottfried, uma atraente mulher de olhos azuis e da classe média da Alemanha, em 1813 matou seu milionário marido ministrando arsênico em sua cerveja. A beleza era uma grandeza diretamente proporcional a beleza e a perversidade dessa "dama".

Helene Jegado de 28 de junho até 3 de outubro de 1833 trabalhou na casa de um padre em Plouhinec e matou sete pessoas, sendo que calcula-se que ao todo tenha matado 23.

Mary Ann Cotton, nascida na Inglaterra em 1832 era terrível. Tanto e a tal ponto que matou seu companheiro além de ter matado o garoto Charles Edward.

Não menos diabólica era Amélia Dyer, que inclusive era membro do exército da salvação, sendo que lá por 1895 assassinou seis bebês. O pior é que viveu por algum tempo como uma mulher " normal".

A tal Popeia Sabina era altamente sedutora e valeu-se desse atributo para conquistar o Imperador Nero fazendo-o divorciar-se de sua mulher Cláudia Otávia, algo que hoje em dia é tão normal que já nem serve de exemplo de deslealdade ou mesmo de maldade.

Túlia, neta de Tanaquil e esposa de Tarquínio Prisco, quinto rei de Roma, era uma das mais perversas da Antiguidade.

Essa verdadeira “Diaba” planejou a morte do próprio pai e conta a história que quando andava de carruagem pelas ruas da cidade, parou abruptamente , quando deparou com um obstáculo que na verdade era o corpo do seu pai que agonizava ensanguentando.

Sem se deixar abalar, Túlia tomou as rédeas e tocou a carruagem por cima do cadáver do pai, ficando apenas importunada com os respingos de sangue que mancharam seu lindo vestido. Há muitas Túlias "encarnadas" na sociedade atual.

Lucréia Bórgias, que viveu lá no período do Renascimento, era especialista em envenenar homens, sendo  eliminou vários com a aplicação de tal método. Certamente consideraria as atuais homicidas como amadoras e de pouca eficácia.

Portanto, a mulherada bandida não vem de hoje.

As “fêmeas bandidas” existiram em todas as épocas.