segunda-feira, 5 de novembro de 2012

HIPOCRISIAS..



Juvenal P. Alves com significativa melancolia, depois de muito meditar, confessa-se hipócrita. E fez “literatura” em tal confissão que passo a reproduzir. Daqui pra frente é com ele.
 Diz ele: “esses dias, pensando na vida pensei o quanto sou hipócrita. Reclamo muito do “sistema injusto e violento”, pois estou inserido no contexto dos que sofrem as injustiças e a violência.
 Só e unicamente por isso!
é bom fazer algo por AMOR, quando ganho um destaque na grande mídia e eu fico conhecido e posso, com isso, me candidatar a algum cargo político. E a crítica é o caminho mais fácil para isso ocorrer.
Por tais motivos: chamo o sistema de falido, podre, desigual, desumano, dando a ideia de que a minha revolta poderia ser a panacéia para tudo: a solução para todas as questões.
  A verdade é que se eu ganhasse na Mega-sena acumulada: abandonaria o tédio de vida: a “vida de revolucionário”. Afinal de contas: só somos realmente solidários quando uma tragédia ocorre: um furação ou tempestade que derruba e destrói tudo, uma enchente de grandes proporções, a violência em grande escala ( pois se for pequena, pouco nos lixamos para as vítimas).
Se até na China Comunista os líderes compram mansões, IATES DE MILHÕES DE DÓLARES ( como esse na foto) e investem milhões em paraísos fiscais (segundo notícias dadas por várias revistas de respeito) por qual motivo eu teria que seguir com o meu particular “teatro” a vida inteira?
Quando eu colocar as mãos nos milhões, danem-se as vítimas da violência, a desigualdade social, os discursos bonitinhos do Marx ou as citações de teóricos que sempre foram contrários ao sistema, mas que sempre viveram (em sua grande maioria) no luxo e na extravagância.
Lembro bem que os destacados líderes que se diziam PERSEGUIDOS pela “DITADURA MILITAR” e que apanhavam e eram torturados por um ideal; hoje estão contando os milhões tomando vinhos caríssimos na Europa. O Chico Buarque, o Caetano são hoje verdadeiros “bundões dos sistema” e vivem na Rede Globo que tanto condenavam e que diziam ser ( de alguma forma) parte do regime Militar.
Entretanto, se não ganhar na loteria dos milhões, então volto a figurar no teatro de sempre. Continuarei defensor dos humildes e pobres, pois continuarei um indivíduo integrante desse grupo.
Condenarei diariamente o sistema capitalista e as injustiças que me fazem sofrer. O objetivo é ser a voz dos que " sofrem", pois eu sofro também !
Não por “sinceridade última da alma”, mas por ter que obrigatoriamente seguir esse caminho como única forma de um dia, com a ajuda dos que continuarão eternamente miseráveis, melhorar a minha vida”.
Afinal de contas, se não me falha a memória, o grande sociólogo Florestan Fernandes dizia que cada um é o reflexo do meio ao qual está inserido.
Comigo não seria diferente.

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