AUTOR: Luís Fernando Arbo
Gaston Bachelard nasceu em 27 de junho de 1884, em Bar-sur-Aube, França e faleceu a 16 de outubro de 1962, em Paris, França. Foi um filósofo e poeta francês que estudou sucessivamente as ciências e a filosofia. Seu pensamento está focado principalmente em questões referentes à filosofia da ciência. Sei bem que isso está na tal de Wikipédia ao alcance de qualquer criança.
Todavia, quando esse pensador entra em assuntos de filosofia ( e olhe que se dedicou a esses estudos quando já tinha 35 anos) .Em um dos seus trabalhos e escritos consolidado em A poética do Devaneio, ele perpetua uma frase que nos faz refletir muito. Diz ele:
Que sempre existam almas para as quais o amor seja também o contacto de duas poesias, a convergência de dois devaneios. O amor, enquanto amor, nunca termina de se exprimir e exprime-se tanto melhor quanto mais poeticamente é sonhado. Os devaneios de duas almas solitárias preparam a magia de amar. Um realista da paixão verá aí apenas fórmulas evanescentes. Mas não é menos verdade que as grandes paixões se preparam em grandes devaneios. Mutilamos a realidade do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade.
Relações baseadas apenas no prazer sexual e que exploram aspectos de sensualidade se degringolam com o tempo, moribundos que ficam com a passagem do tempo. Aquilo que torna o outro um objeto tem pouca duração. Muitas vezes, acaba virando fotografía ou filme para ser usado como chantagem tão logo o relacionamento acabe.
E os que se desiludiram de algo que nem poderia gerar qualquer ilusão, acabam zanzando pelo mundo como “zumbis” afirmando uma nova “felicidade” que nada mais é que a mais a solidão e melancolia disfarçadas. Terminam se empanturrando de bebidas, drogas chafurdando-se na dor do vazio em que se colocaram.
A tristeza resta dimensionada mais do que nunca, mas ostentando o sorriso postiço: fixado como um adesivo.
E aquilo que poderia ser um “verdadeiro amor” é traduzido e incrementado pela grande mídia (salvo raras exceções) como uma piada que só faz desqualificar os que ostentam essa crença. A industria da putaria vai sepultando aos poucos o romantismo de outrora.
Tantas moças desiludidas e “jogadas fora”. Usadas na crença do “verdadeiro amor”. Colecionadas com um troféu. E pior, tentando fazer o mesmo jogo para dar o “troco” naquilo que pode se denominar de vingança impossível.
São felizes de festa em festa, noite a noite. Mas, completamente depressivas, sombrias, ansiosas e tristes no restante de suas existências.
Tudo é comercializado e os valores mais caros aos seres humanos acabam parando num balcão de negociações.
Já não existem mais devaneios.
E o amor sucumbe diante da realidade que temos e muitas vezes ( mesmo sem querer) até incentivamos.
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