sexta-feira, 31 de maio de 2013

PERDOARÁS..



 Perdoarás, mas perdoarás compreendendo  que o perdão te coloca na galeria de virtudes especiais , diante daquele a quem hajas brindado com a luta benevolência.

Perdoarás , reconhecendo que poderias estar no lugar dele.

Examinarás todo o acervo de sentimentos e pensamentos , impulsos e ações que te definem a personalidade e perguntarás a ti mesmo, sem qualquer subterfúgio , como agirias na posição do ofensor, no momento psicológico em que ele caiu.

Ouvirás a consciência sem fugir-lhe às anotações e perceberás , para logo, que é forçoso sanar o erro: entretanto, observarás claramente que ninguém encontra o clima de compaixão sem a luz do entendimento.

À face disso, quando alguém te apedreje , detém-te por alguns instantes, a fim de enxergar o ocorrido. Alguém juá disse que de 10 partes do ato de ver, nove delas se processam fora dos olhos físicos, nas profundezas da mente.

Através da meditação, ser-te-á possível verificar o agravo como sendo um espinho de raízes envenenadas, infelicitando muito mais o agressor do que a vítima.

Divisarás , desse modo, naquele que te desconsidera ou injuria, o prejuízo da ignorância , a inibição da enfermidade ,  o complexo da angústia ou a cegueira da obsessão.

Feito isso, destacarás , facilmente , não a tua suposta superioridade diante dele, mas sim, distinguirás tuas vantagens, com as oportunidades  de refletir e de auxiliar o que o irmão menos feliz, de muito tempo até agora, não terá conhecido.

Em verdade, nem sempre nas lesões que venham a ocorrer , na esfera do espírito, conseguirás agir a sós, no plano da condescendência absoluta, de vez que existem as postergações de preceitos que não se correlacionam apenas contigo, mas também com as obrigações da justiça, à frente de todos.

E, ainda quando o agravo se caracterize por feição complexa, separando-te provisoriamente daqueles que te feriram, podes atender à lição de Jesus, auxiliando a cada um deles com a bênção da prece, por que em nos referindo aos domínios da alma, em qualquer lugar, a oração é a presença de Deus no coração.

PROPÓSITO DO TEXTO: Essa linda passagem da obra de Chico Xavier – Ditado por Emmanuel - foi aqui reproduzida com o propósito de avaliar o quanto é necessário perdoar.

terça-feira, 28 de maio de 2013

CARRAIADA DANADA...

 
 
 O pandemônio em que se tornou o trânsito em Ijui, segundo  o  especialista Juca M Alves, que tem pós-doutorado na Universidade de Bonn não tem mais solução com meras aplicações de técnicas de sinalização, instrumentos, projetos ou a papagaiada inútil dos que só sabem reclamar e reclamar.
O maior problema é a “carraiada danada “  que vem de todos os lugares da região e de forma abundante. Se forem fazer uma pesquisa em frente aos grandes Hospitais, 80% são carros de outras cidades: Catuípe, Ajuricaba, Santo Ângelo, Pejuçara, Coronel Barros, Condor, Jóia e por ai vai...
Somente uma pista com 5 andares ( e olhe lá..) resolveria o problema de circulação de veículos. O espaço é sempre o mesmo e o número de automóveis crescem de maneira assustadora.
De nada adiantam rótulas, sinaleiras, mão única ou outra salamandra do gênero quando toda a região resolve vir para Ijui e  aqui circular.
Diante da realidade de um grande e incontrolável número de automóveis circulando, não existem mágicas.
Uma das saídas apontadas pelo Juca seria a de os Prefeitos dessas cidades vizinhas investirem em Saúde de tal forma que não mais precisassem mandar seus cidadãos para Ijui. Se isso fosse um dia possível, nossas estradas e ruas ficariam significativa e definitivamente aliviadas e desafogadas.
Ocorre que é um Direito Constitucional fundamental básico o direito de ir e vir. Não existe a possibilidade de proibir que milhares de automóveis de outras regiões escolham Ijui para  (principalmente) tratar seus doentes, fazer compras e trafegar quando bem entenderem.
 Ademais, o comércio lucra com tantas pessoas perambulando por nossa cidade, fazendo aqui suas compras básicas e inúmeras relações que na maioria das vezes resultam em compras de bens e produtos aqui fabricados ou comercializados.
De qualquer forma, o fato é que ( segundo o Juca M Alves) é PATÉTICA e ENGANOSA a ideia de que a criação de mãos únicas, sinaleiras ou o uso de estratégias de circulação se constituirão na panaceia dos problemas de trânsito em Ijuí.
Tais medidas apenas aliviarão o problema por alguns dias e em pouquíssimo tempo mais automóveis vindos de outros municípios farão o caos retornar e com uma intensidade ainda maior.
A ideia de “ALARGAMENTO” das ruas parte de uma ignorância ainda maior, pois Prédios inteiros teriam que ser demolidos e qualquer um sabe que os proprietários exigiriam indenizações milionárias e impossíveis de serem arcadas pelo Poder Público.
O grande problema é está sim na ordem da quantidade: o grande número de carros de TODAS AS REGIÕES POSSÍVEIS que circulam todos os dias na cidade de Ijui.
As demais soluções apontadas não resolverão patavina alguma (em termos de eficácia média ou plena) essa questão tão importante para os que moram e vivem em Ijui.
Está mais que na hora de o Governo do Estado e os Prefeitos da região  investirem mais em Saúde em suas cidades a ponto de atenderem seus doentes ao menos das situações de média complexidade.
O trânsito de Ijui agradeceria.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

SERENIDADE.



A serenidade Divina invade-me após o cumprimento dos deveres. 

Compreendo a minha responsabilidade no conjunto da vida em que me encontro e desligo-me dos conflitos. 

Lúcido, avanço, passo a passo, na conquista da consciência e harmonizo-me, integrando-me no conjunto da obra de Deus. 

Sereno e confiante, nada de mal me atinge. 

* * * 

A serenidade é pedra angular das edificações morais e espirituais da criatura humana, sem a qual muito difíceis se tornam as realizações. 

Resulta de uma conduta correta e uma consciência imparcial, que proporcionam a visão real dos acontecimentos, bem como facultam a identificação dos objetivos da vida, que merecem os valiosos investimentos da existência corporal. 

A serenidade é o estado de consentimento entre o dever e o direito, que se harmonizam a benefício do indivíduo. 

Quando se adquire a consciência asserenada, enfrenta-se toda e qualquer situação com equilíbrio, nunca se permitindo desestruturar. 

As ocorrências, as pessoas e os fenômenos existenciais são considerados nos seus verdadeiros níveis de importância, não se tornando motivo de aflição, por piores se apresentem. 

A pessoa serena é feliz, porque superou os apegos e os desapegos, a ilusão e os desejos, mantendo-se em harmonia em qualquer situação. 

Equilibrada, não se faz vítima de extremos, elegendo o “caminho do meio” como decisão firme, inquebrantável. 

* * * 

A serenidade não é quietação exterior, indiferença, mas, plenitude da ação, destituída de ansiedade ou de receio, de pressa ou de insegurança. 

Jesus, no fragor de todas as batalhas, no expressivo poema das bem-aventuranças ou sendo crucificado, manteve a serenidade, embora de maneiras diferentes, destemido e seguro de si mesmo, com absoluta confiança em Deus. 

Os mártires conheceram a serenidade que o ideal lhes deu, em todas as áreas nas quais lutaram, e, por isso mesmo, não foram atingidos pela impiedade, nem pela perseguição dos maus. 

A serenidade provém, igualmente, da certeza, da confiança no que se sabe, se faz e se é. 

Assim, estudemos a nós mesmos e nos amemos, elegendo o melhor, o duradouro para os nossos dias, e nunca recuaremos. 

No entanto, se errarmos, se nos comprometermos, se nos arrependermos, antes que a culpa nos perturbe, refaçamos o equívoco, recuperando-nos e reconquistando a serenidade

Sem ela, experimentaremos sofrimentos que poderíamos evitar, e que nos impedem o avanço. 

Serenidade é vida. 

* * * 

A serenidade Divina invade-me após o cumprimento dos deveres. 

Compreendo a minha responsabilidade no conjunto da vida em que me encontro e desligo-me dos conflitos. 

Lúcido, avanço, passo a passo, na conquista da consciência e harmonizo-me, integrando-me no conjunto da obra de Deus. 

Sereno e confiante, nada de mal me atinge.
Joana de Angelis

quinta-feira, 23 de maio de 2013

PRAZERES ESDRÚXULOS.



O mundo contemporâneo é pródigo em prazeres inusitados, esdrúxulos. O “gozo” é alcançado de formas inimagináveis. E aqui nem vou citar Lacan. Aliás, não entendo patavina alguma de Lacan!!

O prazer maior de alguns, por exemplo, é ser chato.

Outros se nutrem da crítica estéril e inútil dirigida a tudo e a todos, dando a ideia de que só eles prestam e são  “morais” e “ honestos”.

Outros ainda, só alcançam a felicidade quando aporrinham os “ amigos” ensinando cotidianamente “ fórmulas infalíveis” de felicidade: recitando poesias, mostrando vídeos, pensamentos óbvios, enfadonhos e ululantes que todos estão carecas de saber.

Tem aqueles que são uma espécie de “DOM QUIXOTE DAS DENÚNCIAS”. Vivem 24 h espiolhando problemas para denunciar como se eles ocupassem o posto de “parabólicas do mundo”.

E sua obsessão é tão intensa que chegam a denunciar até quem não deseja fazer uma denúncia, fazendo da vida um festival de denúncias infindas.

O meu maior prazer, dentro desse contexto de prazeres inusitados, é o de jogar no lixo CDs de músicas que considero verdadeiras misérias da razão. Aquelas que nem um capado é capaz de suportar por muito tempo.

Pois comprei um CD do tal Michel não sei das quantas. só  para ouvir um pouco e depois ter o prazer indescritível de jogar aquela asneira sonora no lixo.

Sei que alguns vão me chamar de idiota, pois ao comprar o CD estou engordando a já gorda conta bancária e os milhões que esse cantor ganha no Brasil inteiro. Tudo bem!

De qualquer forma, os neurocientistas ainda estão formulando teses sobre os processos químicos e neurais que envolvem e explicam as razões de determinadas coisas produzirem tanto prazer para determinadas pessoas.

Se for doença ou não, o fato é que até descobrirem a cura vou prosseguir jogando no lixo essas verdadeiras porcarias que denominam de músicas.

Afinal de contas: gosto e esse desejo eu não consigo reprimir.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

LIVROSE.

 
Talvez a pior psicopatologia contemporânea seja a denominada “livrose” (Compêndio de Psicopatologias, Luis Fernando Arbo. Editora Mania de Grandeza, 2011). A tal ponto que muito em breve, segundo pesquisadores de renome internacional – com pós-pós-doutorado- acabará superando a própria depressão.
A “livrose” caracteriza-se na crença obsessiva de que a leitura de determinados livros, transforma o homem em detentor de uma “luminescência” que o distingue dos “comuns mortais”.
O homem se transforma numa espécie de papagaio de pirata dos “ensinamentos livrescos”. Como se isso fosse a panacéia para tudo na vida. Terminam com discussões ou debates no argumento de que algum velho – sábio do passado já havia esgotado a interpretação “ mais correta e adequada” sobre a questão em debate. E ponto final!
O “gozo” de quem sofre de” livrose” é gabar-se de “estar lendo’ ou “ter lido” um livro que ninguém ( ou pouquíssimos) tenha lido: geralmente com algum título exótico a ponto de dar a entender que só os iluminados conseguem interpretar.
Esses dias, um amigo de Porto Alegre, mandou-me um chasque virtual só para informar que estava lendo a Hermenêutica Ontológica da felicidade: obra perdida de Santo Agostinho e com poucos exemplares no mundo.  Raridade absoluta!
Revelou-me isso ( da leitura de tal obra raríssima) com tamanho entusiasmo que representava que a leitura de tal obra pudesse fazê-lo transcender a finitude da vida, ganhando de bônus uns 400 anos de vida. Era mais que a descoberta da tal pedra filosofal: fórmula secreta para transformar qualquer metal em ouro.
Pior mesmo é quando o sujeito faz da leitura uma espécie de competição. Acumula uns 5 mil livros, portando-se como um sábio que ninguém ousa consultar. Quer pela arrogância que lhe é característica, humilhando quem não tenha interpretado algo da sua forma ou lido determinado livro; quer por uma tremenda incapacidade de sociabilidade e uma graúda amargura interior.
Há pessoas ( portadoras da livrose) que semeiam inimizades em uma simples e banal conversa sobre determinado livro. CASA GRANDE e SENZALA de Gilberto Freire é um exemplo disso. Escutei, certa feita, um doutor, após algumas cervejas, “xingando”  um colega quando este colocou em dúvida a importância do supracitado livro para a reinterpretação da raça pela cultura e outras salamandras que, tamanha a minha ignorância, não consegui entender. A discussão quase terminou em agressões físicas.
Até os meus 19 anos eu padecia do mais alto grau dessa doença. Era terrível contra os insetos! Mas, só contra os insetos!! Recordo-me que abandonei aos berros uma tertúlia diante da raquítica e vergonhosa declamação de uma poesia de Aureliano de Figueiredo Pinto . Alegava, à época, que antes de qualquer interpretação deveriam ler um livro sobre como se deveriam interpretar tais poesias. Eu só deixava fiasco! Que barbaridade!
Depois, o piá de bosta morreu em mim e fui percebendo que a verdadeira erudição era respeitar o pensamento alheio e discordar com educação e sem desequilíbrios patológicos.
Levar o “certo” longe demais o torna “ errado”. Ser enfadonho no uso da “inteligência” (ou da burrice) só faz acumular ciumentos e magoados. Isso sem mencionar dos que criam um Blog só com o propósito de te difamar.
A própria inteligência se esgota, dizia o meu amigo Baltazar.
O bom falcoeiro usa apenas os pássaros que a caça exige.
Melhor é preservar amizades!
Cuidado com a “livrose”.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

ZANGOCRACIA..

 
A “zangocracia” é aquilo que se denomina de” democracia dos zangados”. Passa longe da verdadeira democracia que aprendemos nas lições escolares ou em aulas de educação cívica.
““Na “zangocracia” vigora o” vale tudo”. A boa educação é jogada longe e quanto maior a canalhice, melhor. Caluniar, difamar, injuriar com o objetivo de fazer vingar uma suposta “ verdade”  é a regra.
Não importa se a mentira é ridícula e todos percebem os seus propósitos vis. Não importa se é uma incriminação, armação infame e leviana do mais elevado grau.
Não importa se o zangocrata tenha sido condenado pela Justiça e obrigado a pagar uma indenização a título de danos morais.  O único objetivo do zangocrata é destruir o suposto “inimigo” com as artimanhas covardes dignas de uma mente doentia.
 Isso está virando uma praga social!
Na internet os exemplos são inúmeros: com supostos “hackers” mandando vírus, denegrindo pessoas de bem, mandando fotos criminosas de supostas relações sexuais, esquemas de corrupção etc. Tudo fruto de mentes doentes.  De piás (pois creio que homens de verdade não fariam isso) que não sabem fazer outra coisa senão demonstrar a miserabilidade de suas vidas. Lamentável!
Vale até destruir lâmpadas para depois reclamar da escuridão. A maldade humana realmente não tem limites.
É fácil identificar um zangocrata. Ele está sempre zangado, ofendendo ou acusando alguém de algo. Todos são “ ladrões” e corruptos para ele. Só ele presta e é o baluarte da moral e da ética.
Qualquer debate de ideias com um zangocrata é algo por demais desigual. Como é que uma pessoa educada e de bons modos vai argumentar com quem só sabe ofender e vociferar impropérios  comportando-se como um cão raivoso? Impossível!
Ainda bem que os zangocratas são minoria.
 A grande maioria das pessoas sabe pensar e argumentar sem demonstrar afetação ou irrascibilidade. Sabem elas que democracia é conviver com opiniões e manifestações de pensamento, desde que esses pensamentos não agridam a reputação das pessoas, as leis e as regras sociais mínimas de convivência.
Mais do que quantidade, uma boa democracia precisa de QUALIDADE. Somente com respeito e harmonia a democracia se aperfeiçoa verdadeiramente.
De qualquer forma, temos que ser resilientes, ajudando e perdoando essas pessoas que só sabem destilar amarguras e ódios. Incapazes de qualquer ato de gratidão, talvez estejam gritando por socorro, sufocadas no fundo da prisão de rancor em que se colocaram.
É nossa missão ajudá-las  para que ,  sem qualquer exclusão, possamos construir uma sociedade melhor.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

DESCONFIANÇA COMO ESCRAVIDÃO..


 
 
O leitor sabe que meu pecado espiritual é o niilismo. Enfrento-o dia a dia como qualquer moléstia incurável. O tema já foi tratado por gênios como Nietzsche, Turguêniev, Dostoiévski, Cioran. Deixo meu leitor em companhia desses gigantes, muito melhores do que eu.
A tragédia também me acompanha em todo café da manhã, essa concepção grega de mundo que julgo a mais correta já pensada. Aqui tenho grandes parceiros como o autor da tragédia ática Sófocles (entre outros), o filósofo Nietzsche, o dramaturgo Shakespeare e os escritores contemporâneos Albert Camus e Philip Roth.
Ambos, niilismo e tragédia, são visões de mundo que arruínam a vida. Diante deles, ateísmo é para iniciantes. O ateísmo só é aceitável quando blasé e sem associações de ateus militantes. Para niilistas como eu, o ateísmo crente em si mesmo é brincadeira de meninas com fita cor-de-rosa amarrada na cabeça.
Ando de saco cheio do niilismo e da tragédia, apesar de continuar experimentando-os todo dia. Em termos morais, a virtude máxima para ambos é a coragem, e o vício mais a mão, a covardia.
Nos últimos tempos, tenho me interessado por outra virtude, a confiança, essa, tão difícil quanto a coragem, uma vez tomada a alma pelo niilismo e pela tragédia. É sobre ela que quero falar nesta segunda-feira, dia normalmente difícil, acompanhado do "bode" do domingo e da monotonia do dia a dia que recomeça imerso num sono que nunca descansa, porque sempre atormentado pela dúvida com relação ao amor, à família, ao trabalho e à viabilidade do futuro.
Meu maior pecado como escritor é jamais enganar, jamais querer agradar. Essa é minha forma de prestar respeito a quem me lê semanalmente. O caráter de alguém que escreve é medido pela ausência de desejo de agradar a quem o lê.
Amar cães e confiar neles é mais fácil do que amar seres humanos e confiar neles. Por isso, num mundo atormentado pela dúvida niilista, ainda que em constante denegação dela, tanta gente se lança à defesa melosa de cães e gatos e exige carne de frangos felizes na hora de comer em restaurantes ridículos.
Quero propor a você duas obras. Um filme e um livro que julgo entre os maiores exemplos da arte a serviço da confiança na vida.
O filme "As Damas do Bois de Boulogne", do cineasta francês Robert Bresson, de 1945, é uma pérola sobre a confiança na vida e nos laços afetivos. Bresson é um cineasta muito marcado pelo pensamento do escritor George Bernanos, grande anatomista da alma e especialista em nossa natureza vaidosa, mentirosa e, por isso mesmo, desesperada. Coisa para gente grande, rara hoje em dia, neste mundo governado por adultos infantis.
O filme trata da vingança de uma mulher belíssima contra seu ex-amante (que a abandonou), um homem frívolo e covarde por temperamento. Essa vingança se constitui na aposta de que ele e a mulher que ela "contrata" para sua vingança agirão do modo esperado. Sua intenção é fazer com que seu ex-amante se apaixone por essa mulher "contratada", uma prostituta.
O homem é mantido na ignorância da vida pregressa de sua noiva até depois do casamento. O que a mulher abandonada não contava é que a prostituta se apaixonasse pelo covarde, levando-o a transformação inesperada de caráter.
O amor também é personagem central da obra do dinamarquês Soren Kierkegaard "As Obras do Amor", da Vozes. Esse livro é o texto mais belo que conheço sobre o amor na filosofia ocidental.
Segundo nosso existencialista, o amor tudo crê, mas nunca se ilude porque, assim como a desconfiança e o ceticismo, o amor sabe que o conhecimento não é capaz de nada além do que fundamentar o niilismo, o ceticismo e o desespero.
O amor é um afeto moral, não um ato da razão. A razão não justifica a vida. O amor é uma escolha de investimento na vida, uma atitude, mesmo que a razão prove a falta de sentido último de tudo.
Ingênuos são os niilistas e céticos que consideram a desconfiança um ato livre da vontade. A desconfiança é uma escravidão. A aposta na vida é que mostra o caráter maduro de mulheres e homens. Boa semana.
 
 PARA ALÉM DO NIILISMO:Texto do grande mestre Luiz Felipe Pondé: filósofo, escritor e ensaísta.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

DIA DA MAMANGAVA..



Pois em julho de 2010 escrevi um texto defendendo a criação do " DIA DA MAMAGAVA". Inserindo isso dentro da prodigalidade de leis bisonhas que são criadas em nossos Legislativos no Brasil inteiro.
Temos dia pra tudo no Brasil. Idoso legislador por um dia, criança, jovem, índio, dia da consciência de tudo quanto é coisa. É um manancial muitas vezes cômico e inesgotável.
 Pois o texto em que defendia a criação do inusitado "dia da mamangava' se perdeu na tal era digital. Não sei dizer  se motivado por uma pane geral, invasão ao Portal Ijuí.com por doentes mentais que alguns  denominam de Hackers ou outra salamandra do gênero. O fato é que perdi o texto e se alguém tem ele salvo em seus arquivos mande-me por favor.
De qualquer forma, estão mesmo tentando criar o DIA NACIONAL DA MAMANGAVA e tem político em Brasília esquecendo de ao menos citar o meu nome como o principal articulador dessa campanha.
Fui vanguardista da defesa da criação desse dia e tenho inúmeras testemunhas dos vários comentários feitos sobre esse "texto perdido" e que infelizmente foi impossível recuperar. Vamos aos comentários.. tudo disponível no endereço: http://www.ijui.com/geral/9735-dia-da-mamangava.html
Adriano Shossler de Souza - Uruguaiana
Eu sou um guri de Uruguaiana, e aqui tem um vereador querendo criar o dia da vaca que anda na rua, de tanta vaca que tem vagando pela periferia.
Sílvia Noronha - Cruz Alta Tu realmente é pródigo em inventar coisas. Aqui em Cruz Alta também tem lei prá tudo. O pobre do Érico Veríssimo que o diga. Creio que tem uma dúzia de leis falando nele. Ao menos merece, um grande escritor. Continua assim que um dia, quem sabe, terá uma lei falando no teu nome.
Lucas Silva - Ijuí Tem tanto vereador por aí fazendo "coisas" e leis muito mais absurdas, que o Dia da Mamangava não seria nada mal, tem Mamangava que produz muito mais pra natureza do que alguns vereadores produzem para o povo, então o bichinho até merecia..mais um texto legal Arbo.. Abraço
Raul de Quadros - POA Sr. Arbo! E existe até uma lei protegendo a Mamangava. Bom tu ter tocado no assunto. As mamangavas são nativas e possuem uma grande importância. Parece-me que há até uma lei para protegê-las. A Lei de Proteção número 5197, de 03/01/1967, diria que é proibido perseguir, destruir, caçar ou apanhar mamangavas. Coisas de Brasil: lei de primeiro mundo. Quem cumpre? Quem vai para a cadeia? Pobre?! Ninguém?!
Cirleii S. Maturana - Três de Maio É uma excelente idéia. Para polenizar a flor do maracujá é preciso do trabalho da mamangava, sabia? A mamangava, por ser de médio porte, consegue polenizar estas flores. Sem ela há pouca ou quase nada de frutificação. Seria um projeto útil para Ijuí. Parabéns.
Diego Medeiros -Cruz Alta Sílvia Noronha! Por favor, dizer que algum dia esse escritor possa ser comparado ao grande Érico é no mínimo um exagero insensato. O Érico é incomparável e merece todas as leis possíveis.
Roberto C. Teixeira - Ijuí A DEMOCRACIA É UM FAZ-DE-CONTA APLICADO AOS MIÚDOS. Sabe que sempre pensei isso? Bela definição. Resumes em poucas palavras a construção de Brasília, o projeto de Lúcio Costa e os prédios com difícil acesso que lá existem. O povo pode gritar, fazer tudo que ninguém dá atenção. As leis vem de cima e temos que cumprir. A democracia é uma imposição dos centros de poder. Em nossas cidades apenas fingimos que ajudamos a decidir algo.
Anderson - Ijuí É um projeto bom. Uma lei como essa, o dia da mamangava, realmente é muito melhor que leis aumentando impostos, criando regras impossíveis de se fiscalizar ou cumprir. Alguém cumpre alguma lei contra a prostituição? Há inúmeras leis e inúmeras casas funcionando todos os dias. Tua sátira é sempre mordaz e muito inteligente Arbo. Paulada. Boa!
Gustavo Franco Tepedino - Santo Ângelo
É verdade Arbo aos políticos do interior só resta projetos dessa natureza ou incomodar o Prefeito. Nada mais.
Valdir Batista - Ijuí
E qual a diferença dos vereadores de Ijuí? Nunca criaram uma lei de maior valor que a do mamangava mesmo. Criaram o dia da orquídea e colocam nomes em ruas de pessoas que já morreram. O resto é discussão de leis já existentes e só. Se vai concorrer pode contar com o meu voto para criar o dia da mamangava. Genial.
ALEXANDRE SAUER - BRASILIA - DF
Criativo Arbo! Realmente sua sugestao veio a calhar. Ja encaminhei o endereço desse texto para amigos que militam/trabalham no Congresso, sugerindo a criacão do Dia Nacional da Mamangava. Boa ideia. Já pensou: você idealizador do Dia N$$acional da Mamangava. Conte com meu lobi por aqui. Abracos e continue nos divertindo, instruindo e nos informando sobre essas peculiaridades do genero.
Vanderlei Torquato - Palmeira das Missões Pela Região Celeiro temos muitas mamangavas e já tem alguns vereadores pensando nessa idéia. Realmente é melhor do que criar impostos ou leis que ninguém cumpre. Grande abraço da terra do carijo. Estimado Arbo, neto do saudoso Delegado Walter Arbo.
Pablo Campos Siqueira - SP Aqui em SP temos até leis que instituem o dia de uma centena de animais, plantas, bichos e até vereador por mais de um dia. Os pobres vereadores vão fazer o quê? Tudo já foi legislado mesmo. Verdade.
Marina Elaine Dias Hoje, dia 07 de julho, é o Dia das Paneleiras... e aí o que eu faço com essa cultura de almanaque? Parabéns pela sátira !!! Mas eu voto em você !!!
Ricardo Lima - Ijuí E os nossos vereadores de Ijuí o que fazem de diferente? Ficam só reclamando de buracos nas Ruas e apontando problemas cotidianos. De grande projeto não temos nenhum. Uma vergonha mesmo. Melhor instituir o Dia da Mamangava. Excelente sátira. Aliás, o considero mestre nessa área.
LUIS FERNANDO ARBO - Ijuí ALEXANDRE SAUER! Ilustre amigo! Excelente a tua idéia. Façamos uma verdadeira cruzada em prol da mamangava. Um dia Nacional da Mamangava seria genial. Grande abraço e obrigado pela participação e pela elevada qualidade da tua interpretação e inteligência. - See more at: http://www.ijui.com/geral/9735-dia-da-mamangava.html#sthash.SUrrLnjC.dpuf

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O DEUS DE SPINOZA

O DEUS DE  SPINOZA
As palavras abaixo são de Baruch Espinoza - nascido em 1632 em Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século XVII.
 
Texto enviado pelo amigo Rogério Ghewer
 
 
DEUS, SEGUNDO SPINOZA
(Deus falando com você)
“Pára de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas  praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não lhe faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar.
Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho... vive como se não o houvesse.
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.
Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste...
Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não  quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo..
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. 
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas.
Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro. Aí é que estou, batendo em ti.


Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”




Vi esta frase por aí:
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, toque, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos"

terça-feira, 14 de maio de 2013

A MORTE LEVADA A SÉRIO..

A vida não pode ser pensada sem a morte. Não é por acaso que os homens são chamados de " mortais": até os indivíduos mais cínicos , mais estouvados e levianos , mais desdenhosos e indiferentes levam a sério , ao menos em algum momento da vida, a morte, se não dos outros , pelo menos a própria.
O único modo de levá-la a sério é considerá-la tal qual lhe aparece , quando se vê a imobilidade de um corpo humano que se transformou em cadáver: o oposto da vida, que é movimento.
A morte levada a sério é o fim da vida, o fim último, um fim para além do qual não há um novo princípio.Respeita a vida quem respeita a morte.
Leva a sério a morte quem leva a sério a vida, aquela vida, a minha vida, a única vida que me foi concedida, ainda que eu não saiba por quem , e ignore por quê.
Levar a vida  a sério significa aceitar firmemente, rigorosamente , da maneira mais serena possível, a própria finitude.
Significa saber com certeza, com absoluta certeza, que se vai morrer, que esta vida está inteiramente dentro do tempo, dentro do qual todas as coisas que existem estão fadadas a morrer, em nenhuma de suas partes fora do tempo.
Canetti escreveu: " QUANTAS PESSOAS NÃO DESCOBRIRIAM QUE VALE A PENA VIVER QUANDO NÃO MAIS TIVESSEM DE MORRER?".
O argumento mais forte para afirmar que a morte é o fim último, que a morte é mesmo a morte , é que se morre uma única vez.
O fim da vida é ao mesmo tempo o fim primeiro e o fim último.
Também aqueles que admitem uma segunda vida depois da morte não admitem uma segunda morte, porque a segunda vida, se existe, é eterna, é uma vida sem morte.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

PIOR QUE GADO...

 
Estava mesmo desconfiado do argumento genérico de que qualquer caganeira seguida de febre seria sintoma do tal Rotavírus. E um verdadeiro "surto de caganeiras" se espraiou em várias cidades da região. 
O engraçado é que todos tinham o costume de beber muito leite durante o café da manhã ou mesmo no jantar. Crianças ( consumidoras assíduas de leite)  pegavam o tal Rotavirus como se fosse algo normal.
Pois agora o MINISTÉRIO PÚBLICO está atrás de uma indiada que estaria adulterando o leite de forma extremamente criminosa. 
A fraude foi comprovada através de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do FORMOL. Mesmo depois dos processos de pasteurização, ele persiste no produto final. Tal porcaria é considerada altamente cancerígena pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Como se não bastasse, os lorpas adicionavam até URÉIA no leite, algo que segundo declarações de outros especialistas proporciona um tremendo mal estar, desarranjo da flora intestinal e uma caganeira desgraçada a ponto de o vivente acertar o "bico" de uma garrafa.
Logicamente existem ordens de prisão contra esses bandidos que estão estão sendo cumpridas ao mesmo tempo em três regiões do Rio Grande do Sul: em Horizontina, no Noroeste, em Ibirubá, no Norte, e em Guaporé, na Serra.
 O MP suspeita que o esquema possa ter adulterado até 100 milhões de litros nos últimos 12 meses. A investigação começou depois de uma denúncia ao Ministério da Agricultura.
Tal barbaridade pode explicar um pouco a razão de tanta gente passando mal e com forte dores no estômago, tendo que tomar soro e vários remédios.
Mas, mais desgraçado que a caganeira e até o câncer que as porcarias misturadas ao leite causam, está a ganância desses bandidos que tem a audácia de fazer esse tipo de coisa.
Se comprovada a autoria, merecem um bom CURSO DE CANÁRIO e todos os prejudicados devem entrar com ações indenizatórias contra esses covardes canalhas.
E o Juca M Alves dizia que o consumidor está sendo tratado pior que gado.
Do jeito que está: ele tinha mesmo razão.
 

terça-feira, 7 de maio de 2013

A INVEJA E A TRISTEZA SOBRE A FELICIDADE ALHEIA

Antes de chegar a qualquer definição sobre a inveja, devemos olhar para nossas próprias consciências, e nos perguntar: Quem acha que já foi alvo de inveja?...e depois sem nenhum temor: “Quem é invejoso”? No segundo questionamento com certeza poucos sentem-se livres para admitir. Ao contrário dos outros pecados capitais, a inveja é um “pecado envergonhado”. Mesmo com todo contorcionismo interior, mesmo as pessoas mais psicanalisadas, não admitem que sente inveja. É o único pecado capital que ninguém admite. Tem pessoas que admitem que sentem “orgulho”. Que é bom sentir “orgulho”. Tem pessoas que também gostam de dizer que “ficam iradas”,até por motivos triviais e bobos. Orgulhar-se da luxúria abertamente é uma das características mais antigas dos homens em particular, e das mulheres privadamente. Tem pessoas que adoram admitir a gula também. Preguiça é orgulho generalizado. E quem diz claramente: “eu tenho uma profunda inveja”de tal pessoa...e salamandras do gênero... quem diz??? Mas porque será que ninguém admite?
Inveja não é cobiça, nem avareza. Cobiça é apenas desejar as coisas dos outros. É vontade de ter o que o outro tem. Pode ser negativa ou positiva. Pode ser o seguimento de bons exemplos. Mas a inveja é sempre negativa. Inveja nunca é positiva. É sempre tristeza pela alegria alheia. Tomas de Aquino definiu a inveja como “tristeza pela felicidade do outro”.
Não se trata da vontade de ter o que o outro tem. A inveja é a tristeza por saber que o outro tem. A dor por ver o que o outro tem. Dor pelo sucesso alheiro. Inveja da prosperidade alheia, beleza , o carro, a casa.
O invejoso não vê a si. É uma cegueira. Vê apenas o outro e o objeto de alvo de inveja. Dante expressou perfeitamente o invejoso: Um ser com os olhos costurados com arame. Colocou os invejosos no inferno, e com os olhos costurados com arame.... até purgarem os seus pecados. O castigo dos invejoso no "Inferno de Dante".
As pessoas sentem-se “invejadas”, mas jamais “invejosas”. A inveja sempre se refere a alguém próximo. Ninguém sente inveja por pessoas históricas, heróicas e grandes. E sim pelos colegas de trabalho, o vizinho, o cunhado, parentes...quanto mais próximo pior. Perdoamos sucesso de alguém distante, mas não de alguém próximo. Uma pesquisa americana demonstrou que não importa o “quanto” o sujeito ganha, mas o que importa é que ele saiba que ganha mais que o colega. Isso dá muito prazer. Quanto mais próximo mais comparável, e mais alvo de inveja. É mais fácil mulheres sentirem inveja entre mulheres, e homens entre homens. Dize-se frequentemente: “eu não consigo isso e aquilo na vida , por que fui alvo da inveja”. Isso não dá certo, “porque há muita gente invejosa”...tem muito olho grande”. A inveja é sempre dolorosa porque é sempre uma homenagem indireta à quem se inveja.
A inveja é a incapacidade de reconhecer uma falha própria. É a falta máxima da máxima socrática“conhece-te a ti mesmo”. Ninguém reconhece seus próprios erros. O genuíno reconhecimento pelo sucesso dos outros é um profundo exemplo de afeto. O sucesso sempre é sinal de dor, de afastamento de amigos. Apenas mães heroicas conseguem ser felizes com o sucesso dos filhos. As vezes dá até medo de admitir que se está feliz, ou apaixonado, que se está bem e feliz. Receberás desconfiança e afastamento com certeza. Mas se você estiver mal, com certeza terás solidariedade de sobra.
A inveja é um pecado universal. Logo no primeiro livro da bíblia na tradição judaico-cristã, Caim e Abel. Caim foi o primeiro condenado da história. Segue-se depois Esaú e Jacó. José e seus irmãos...As famílias bíblicas são marcadas pela inveja. A inveja do irmão do “filho pródigo”...(mas sabemos que era assim apenas naquela época, pois hoje vivemos em outro tempo, onde as famílias vivem harmoniosamente, em festas natalinas marcadas por harmonia e felicidade plena, simbolizadas por diversos objetos de consumo com slogans extremos e de frases de profundidade e sabedoria que demonstram como as pessoas são felizes e realizadas, e sem competições ou comparações...)
Então, quando Deus atende Abel, e não Caim, logo este fica com o “rosto abatido”, sente inveja do irmão. Diz-se no gênesis: “Porque andas irritado e com o rosto abatido? Não é verdade que se fizeres o bem andarás com o rosto erguido, e que se fizeres o mal andarás o pecado espreitando-te a porta?” E após vem a frase decisiva... “ A ti vais o teu desejo, mas tu deves dominá-lo” É natural sentires inveja, é parte da natureza humana, mas tu deves aprender a dominá-la. Como se Deus dissesse no Genêsis, “o desejo de todo mundo é a inveja, e a ti vai o teu desejo”. A inveja de Caim levou ao primeiro homicídio da história.E Caim foi condenado a viver para sempre, com a marca na testa, vagando sozinho.
Nas parábolas evangélicas, todas demonstram a intenção de Jesus, de mostrar que a misericórdia vence a inveja. Como o pai não terá misericórdia com o filho pródigo que retorna ao lar? O centro da parábola não deveria ser o “filho pródigo”, mas o irmão invejoso. A parábola originalmente representa uma crítica aos fariseus: apenas cumprir a lei não basta, é preciso praticar a misericórdia. O irmão invejoso representa as pessoas que hoje “se acham” as mais puras e corretas. E a parábola vai além, diz que não basta apenas ser fiel, fidelidade não é a única prova de amor. Apenas por medo ou falta de oportunidade que não fiz o que desejava? O problema maior proposto pelo evangelho de Lucas é o amor superando a lei, a misericórdia superando a regra, a dedicação, a caridade, a generosidade superando a inveja.
Na grande Literatura também aparecem protótipos da Inveja. Cássio inveja o grande Otelo, de Shakespeare. Porque Otelo apesar de aparência moura, de ter mais melanina do que seria esperado de um dirigente de Veneza, desperta a inveja de Cássio, que não tolera a primeira promoção de Otelo. E depois Otelo preferiu outra pessoa ao invés de Cássio num próximo ciclo de promoções. Então Cássio decide suscitar ciúmes, o demônio de olhos verdes contra Otelo. Consegue destruir a Otelo, Desdêmona e à ele próprio. A inveja de Cássio somou para o ciúme. Cássio representa a pessoa que não é promovida, e que fica cega e sem um mínimo de reflexão. Porque não fui promovido? Será porque não tenho tanto talento e capacidade? Será porque tenho menor desenvoltura?
Quando escuta-se um candidato derrotado num concurso, jamais escutaremos uma fala de a si próprio que seja justa. A derrota deve-se sempre por “culpa” dos avaliadores que “preferiram” e “protegeram” o outro. Reconhecer a vitória do outro é muito doloroso. É uma ideia errada de si mesmo. É ter uma ideia superior de si do que se é realmente.
A inveja é tratada classicamente, porque ela é um defeito em primeiro lugar filosófico contra a máxima socrática “conhece-te a ti mesmo”. O invejoso não se conhece, o invejoso não vê. Em segundo lugar, ela não atenta para uma questão religiosa(para quem é religioso), a misericórdia com o próximo.
(Leandro Karnal, professor, escritor, historiador)
Obs: Fiquei honrado por esse grande pensador ter usado a expressão " SALAMANDRAS DO GÊNERO". Obrigado!
Texto enviado por Cátia Cavalheiro- Panambi

COTAS E JUSTIÇA RACIAL: DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ?

 

Participei na semana passada, na Universidade de Harvard, de uma banca de doutorado de tese que discutia o tema das ações afirmativas no Brasil: Racial Justice in Brazil: Struggles over Equality in Times of New Constitutionalism (“Justiça Racial no Brasil: A Luta por Igualdade em Tempos de Novo Constitucionalismo”), de autoria de Adílson Moreira. O autor já era doutor no Brasil e vive nos Estados Unidos há mais de sete anos. Um belo trabalho, com uma crítica sensível e equilibrada ao discurso oficial brasileiro (“o humanismo racial brasileiro”) de que não há racismo entre nós.
O discurso de que somos uma sociedade miscigenada e de que não existe relação entre a cor da pele e o sucesso econômico e profissional. As desigualdades seriam fruto de preconceitos e discriminações sócio-econômicas, não raciais. Após desconstruir essa maneira romântica e irreal como costumávamos pensar sobre nós mesmos, o trabalho conclui que as ações afirmativas são decisivas para colocar fim, em algum lugar do futuro, na posição de subordinação e inferioridade das pessoas que têm a cor da pele mais escura.
Ações afirmativas são políticas públicas que procuram dar uma vantagem competitiva a determinados grupos, como forma de reparação de injustiças históricas. Também contribuem para criar histórias de sucesso que possam funcionar como símbolo e motivação para os grupos desfavorecidos. Cotas raciais em universidades são uma espécie de ação afirmativa. Essa não é, porém, a única forma de realizar o objetivo de inclusão. E, possivelmente, nem é a melhor. Incentivos e ensino de qualidade na primeira infância, por exemplo, são alternativas mais eficientes no longo prazo.
As cotas, porém, são um mecanismo emergencial e paliativo de promover ascensão social e, sobretudo, de propiciar à próxima geração – os filhos dos cotistas – maiores chances de romper o cerco e de ter acesso a bens sociais e valores culturais que fazem a vida ser melhor e maior. Uma “etapa”, como registrou a ministra Carmen Lúcia, ao votar no memorável julgamento da ADPF 186, relatada pelo ministro Ricardo Lewandowski, na qual se validou a política de cotas étnico-raciais.
Há três posições básicas em relação à questão racial. A primeira é a do mais puro e assumido racismo, baseado na crença de que alguns grupos de pessoas são superiores a outros. A segunda sustenta que, no caso brasileiro, somos uma sociedade miscigenada, na qual ninguém é diferenciado por ser, por exemplo, negro. Reconhecem desequilíbrios no acesso à riqueza e às oportunidades, mas eles seriam de natureza econômica, não racial. Por essa razão, os defensores desse segundo ponto de vista opõem-se às políticas de ações afirmativas, que levariam à “racialização” da sociedade brasileira, em canhestra imitação dos norte-americanos.
A terceira posição é a de que é fora de dúvida que negros e pessoas de pele escura, em geral, enfrentam dificuldades e discriminações ao longo da vida, claramente decorrente de aspectos ligados à aparência física. Uma posição inferior, que vem desde a escravidão e que foi potencializada por uma exclusão social renitente.
Em relação aos que professam o primeiro ponto de vista – o do racismo assumido –, tudo o que se pode esperar é que um dia uma luz moral ou espiritual venha iluminá-los. Onde não há racionalidade, não há argumentos a oferecer. Gente que não se impressiona com o fato de que não há raças, do ponto de vista científico, como já amplamente comprovado. Elas só existem como um fenômeno social e cultural, como uma forma de conservação de poder e de hierarquização de pessoas.
Já os que defendem o humanismo racial brasileiro, fundado na suposição de que aqui transcendemos a questão racial, acreditam sermos uma sociedade homogeneizada pela miscigenação. Todos são iguais, independentemente da cor da pele. Vale dizer: veem o que desejam e creem no que preferem, confundindo vontade com realidade. Para chegar a esta conclusão relativamente simples, basta olhar a quantidade irrisória de negros em postos de primeiro time no governo, nas empresas e nos escritórios de advocacia.
Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ambiente acadêmico em que habito, a política de cotas sócio-econômicas e raciais tem produzido uma revolução profunda, silenciosa e emocionante. Um laboratório de inclusão social, onde jovens pobres e negros se superam para alcançar uma vida melhor. Um pouco melhor para eles próprios. Muito melhor para os seus filhos.
Em 1998, eu dei a aula inaugural da universidade, falando para uma plateia de professores e de alunos em que quase 100% eram brancos. A cota racial era inequívoca: só entravam brancos. Este ano, voltei a dar a aula inaugural, já agora celebrando 25 anos da Constituição. Os professores continuavam todos brancos. Mas a audiência, repleta, interessada e calorosa, era um arco-íris de cores, de Angola à Escandinávia. Um dia será assim, também, no corpo docente. Um esclarecimento: não se trata de imitação do que se passa nos Estados Unidos, pois lá cotas raciais não são admitidas pela Suprema Corte.
Minha filha faz vestibular este ano. Em razão das cotas raciais, suas chances de entrar para uma universidade pública de primeira linha são mais difíceis. Eu lamento, mas não me arrependo de defender esta modalidade de ação afirmativa. Nem ela. Ambos sabemos que acima das nossas circunstâncias pessoais, estamos fazendo um país melhor. Um mundo melhor. Tenho fé que, em algumas gerações, a cor da pele será irrelevante. O processo civilizatório tem derrotado sucessivos preconceitos. Nesse dia, não precisaremos mais de ações afirmativas. Mas, até lá, é preciso escolher um lado.
Luís Roberto Barroso é professor titular de Direito Constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em Direito pela Yale Law School e doutor e Livre-docente pela UERJ. Professor Visitante – Universidade de Brasília (UNB). Visiting Scholar – Harvard Law School.
Revista Consultor Jurídico, 6 de maio de 2013

segunda-feira, 6 de maio de 2013

CURAFOBIA..




O já famoso Deputado Marcos Feliciano (PSC-SP) levantou um debate considerado superado. Causou (mais uma vez) hercúlea polêmica entre os considerados entendidos e um cômico debate entre os mais ignorantes no assunto.
O Juca M. Alves ( integrante do segundo grupo, segundo alguns) acha que existem sim os “ Ex-gays” e que portanto os que “ainda são gays” podem sim ser curados.
 Disse ter conhecido um sujeito que havia cansado de ser gay e tinha retornado ao posto de homem ( homem aqui no sentido heterossexual).
Argumenta que é possível um tratamento, principalmente naqueles que foram homens (tiveram mulher e filhos) e que por um possível" curto-circuito de conduta" de uma hora pra outra “descobriram” que gostavam era de pessoas do mesmo sexo.
O Juca acha que os que foram tem o direito de voltar e isso de dizer que quem vai nunca pode voltar é outra forma de discriminação que ele denomina de CURAFOBIA, ou seja: o direito de curar aquilo que a própria pessoa (o próprio paciente) entende como doença em considerações subjetivas.
Ora, se o próprio sujeito que está no estado de Gay considera seu estado uma doença e procura um atendimento profissional para voltar a ser heterossexual, por qual razão proibi-lo de um tratamento?
Se não for um psicólogo (por ser impedido de fazer tal tratamento) o sujeito vai procurar um curandeiro, um pajé, guru ou qualquer outra terapia alternativa, pois está decidido a curar aquilo que ele mesmo considera uma doença.
Talvez convencer o paciente que não é uma doença seja dar a ideia de que está condenado a ser aquilo que ele mesmo não quer mais ser e será exatamente isso que causará um transtorno psicológico ainda maior.
Do outro lado, estão os que consideram verdadeira homofobia essa suposta existência de “cura de Gays”, afirmando que “uma vez Gay sempre Gay”: não havendo possibilidade de reversão.
Valendo-se da mesma intransigência afirmam ser falsa a ideia de que um Gay possa voltar a gostar do sexo oposto. Ser homossexual seria como uma forma de condenação perpétua.
 “E se de fato existirem os ‘Ex-Gays”? Não devem igualmente ser respeitados? Também a eles não se aplica o princípio da dignidade da pessoa humana? Segundo consta, existem vários Ex-Gays afirmando que isso realmente existe e que eles mesmos consideram uma "cura" o fato de voltarem a serem homens.
Bem ou mal o tal Feliciano está virando ícone das grandes polêmicas.
 Se ainda existem polêmicas, então o debate está longe de estar superado.
E segue o barco da vida no vasto rio da existência.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

REPÚBLICA DA MORAL DE CUECAS II

Escrevi um texto em 2011 com aquele tom jocoso e um leve toque de sarcasmo sobre a política brasileira. De lá para cá fui perdendo a empolgação pelo tema e nem inspiração tenho mais para escrever, pois a supracitada República se revela dia a dia e cada vez mais.
Sempre que alguém se intitula o PALADINO DA MORALIDADE, descrevendo o seu partido como único com moral para apontar os erros e infâmias das administrações e partidos adversários, surge um ESCÂNDALO que dá um toque de humildade no moralista e o faz pensar de que está inserido num contexto ainda pior do que aquele que tanto critica.
Quem não recorda do COLLOR chamando todos de ladrões e que iria acabar com os Marajás?? Acabou foi quase preso, não fosse as prerrogativas de Presidente da República. Estava envolvido em um colossal esquema de corrupção e que ainda tem reflexos na atualidade.
Como esquecer da turma radical do LULA que acusava tanto o PSDB e o FHC por ter rapinado o País e privatizado quase todas as empresas lucrativas existentes? Logo depois, ficamos apavorados com o tal MENSALÃO, com gente que deveria " salvar o mundo" envolvido em um esquema de Corrupção e compra de Deputados que há pouco resultou em várias condenação em nossa corte maior ( STF).
E o Senador Demóstenes Torres do DEM? Que queria colocar todo mundo na cadeia e esbravejava contra a corrupção do PT, mas restou cassado por seus pares, envolvido que estava em uma quadrilha terrível e que tinha ramificações criminosas em vários Estados, tudo liderado por um bicheiro que diziam até mandar na Revista Veja e resolvia todas as suas demandas pagando em dinheiro para Deputados agilizarem suas demandas e assim vai.. etc.
Parece que sempre  existe uma medonha maldição que despenca sobre quem prega moral demais e insistentemente. É assim com todos.. Fui assim comigo, nos meus tempos de jovem rebelde!
Pois agora, descobriram, segundo a Polícia Federal, um  grande esquema de supostas vendas de licenças ambientais. http://www.valor.com.br/politica/3109394/preso- sendo que  inclusive o EX-SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DO RS- integrante do PCdoB curtiu um pequeno curso de canário ( foi preso).
 Pois prenderam justamente um integrante de um partido que sempre cobrou enfaticamente dos demais a ética, honestidade e transparência. Sempre apontando os erros alheios.
Hoje, noticiaram também (http://www.jmijui.com.br/publicacao-11205-news2.fire)  que a POLÍCIA FEDERAL FLAGROU PEDIDO DE DINHEIRO para CAMPANHA DO PCdoB, algo que por si só é ( se ficar confirmado) algo gravíssimo e sobre vários aspectos.http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/fraudes-ambientais-pf-investiga-se-houve-repasse-para-campanha-do-pcdob-gaucho.
De tudo fica a lição que em TODOS OS PARTIDOS PARTIDOS existem os bons e os maus. Os que optam pelo caminho das falcatruas e trambiques e os que preferem se manter íntegros e imaculados.
O PCdoB não deixou de ser um bom partido, com um histórico reconhecido de lutas em benefício da sociedade por ter em seus quadros pessoas que participaram de um esquema de corrupção.
A mesma regra se aplica com o PDT, PMDB, PP, PT, PPS, PTB e todos os demais partidos.

Na REPÚBLICA DA MORAL DE CUECAS todos precisam ter um pouco mais de humildade antes de apontar o cisco no olho alheio.
Pois pode que tenham uma trave no próprio olho.