segunda-feira, 7 de julho de 2014

NEYMARMANIA

                                                  



         A tal lesão do Neymar realmente se “encalacrou” de tal forma nas relações diárias dos seres humanos que já pode ser comparado a uma epidemia de grandes proporções.
         Soube que um amigo brigou com a namorada por ela ter afirmado que tudo não passou de um acidente provocado pelo famigerado jogador da Colômbia. Que ele teve a intenção de fazer a falta, mas não de causar uma lesão grave em nossa “ estrela maior”.
         O debate foi longo com citações de Kafka para justificar o julgamento açodado e apressado feito pelo Luciano Hulk em seu programa consagrado em tolices cotidianas. Tolice? Um assunto que envolve o maior jogador de futebol indicado pela GLOBO? O casal está separado e se o Brasil não ganhar a Copa não haverá conciliação.
         No bolicho da esquina, no auge de sua miserável condição financeira, o não menos miserável ser humano chora as dores do pobre jovem de 22 anos que ganha em um único mês aquilo que o choroso pobre não ganhará nem em cinco reencarnações. Embalado em sua dor " justificada" vai tomando um gole de cachaça.
        Segundo um psicanalista famoso que no momento não me recordo o nome: é nessas horas ( de comoção incentivada pela mídia) que o pobre aproveita os holofotes e a emoção geral para também chorar suas dores. Isso explicaria tantos exageros.
        O poder da mídia é indescritível, sendo o poder da insistência ainda maior. Insistem em causar comiseração e em tudo gestam um drama que é artificialmente alimentado. Ninguém chora ( na mesma proporção) o miserável trabalhador que morre na Fila do SUS ou por uma família que perde seu filho vítima de um assalto ou de um acidente de trânsito em uma de nossas perigosas estradas.
        O inusitado de tudo é ver alguns adolescentes não tão pobres chorando copiosa e exageradamente pela “ saída” do Neymar da Seleção Brasileira. Mandando torpedos, fotos e outras salamandras do gênero em demonstração de " profunda dor".
        Tais manifestações lembram uma reflexão do imortal escritor Honoré Balzac, quando afirmava em uma passagem da sua monumental Comédia Humana:

     “ De resto, o historiador jamais deve esquecer
que sua missão consiste em dar a cada um a sua parte: o
rico e o desgraçado são iguais perante sua pena; para ele, o
camponês tem a grandeza de suas misérias, como o rico a
pequenez de seus ridículos.


      Pobre do Neymar!! O Brasil está triste demais. Eu também!
E segue o barco da vida no vasto rio da existência.

          

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