
Num “caso” do”
descaso” a notícia é unilateral, não permite sequer o contraditório e a versão
da parte que é acusada. A publicação serve apenas como evidência da ignorância
que pretende unicamente destruir alguém.
Tudo é
precipitação, afoitismo e açodamento. A Idade Medieval ressurge com vigor e a
Santa Inquisição julga sumariamente e sem qualquer possibilidade de defesa.
Acusam um
político de corrupto só pelo costume de acusar, como se não existem pessoas com
conduta moral irretocável e ilibada. Acusam um Petshop de ter matado um
cachorro por maus tratos, como se não fosse possível ter ocorrido um simples
acidente.
E a mídia mais
exagerada vira um verdadeiro “ mundo das acusações levianas”. Todos são julgados sumariamente e com um furor obtuso.
E de nada
adianta requerer o direito de resposta proporcional ao agravo acumulado de
danos morais ou à imagem, invocando o artigo 5º, V, da Constituição Federal,
pois geralmente o sujeito que faz publicações levianas não possui um vintém ou,
como se dizia na linguagem campeira: “não tem um pinto pra dar água”. Pra ele é um bom negócio ter a sua publicação conhecida no Brasil inteiro, mesmo que seja uma deslavada mentira. O crime compensa.
Ademais, uma
vez lançada a acusação, qual míssil da destruição completa, não há
possibilidade de reverter os impactos deletérios de sua explosão. Tal como
afirmava o grande jurista Nelson Hungria, o efeito da calúnia e da difamação é
como abrir um travesseiro de penas no alto de um Edifício em tempo de vento
forte. Jamais serão reagrupadas todas as penas.
Certa feita, em um País não muito
distante, espinafraram e literalmente destroçaram a moral de um sujeito
acusando-o de ter cometido um estupro. Com o passar do tempo se constatou que
tudo não passava de um grave equívoco e que o vivente era genuinamente
inocente.
Quem pagou
pelo dano? Quem pagará? E os que opinaram agressivamente reforçando a acusação
injusta, de repente se esconderam e passaram a negar aquilo que afirmaram?
Será essa a “
plenitude de liberdade” a que a imprensa séria e correta tem direito? Será essa
a liberdade de manifestação do pensamento desejado?
Como dizia o
imortal escritor Honoré Balzac: “ quando todo mundo é corcunda, o porte ereto
torna-se monstruosidade”.
É de se pensar..
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