quinta-feira, 11 de abril de 2013

O CONSOLO DA MISÉRIA ALHEIA..


Apulho J. Neves desiludiu-se da vida que tinha. Milhares de artigos escritos, inúmeros livros, Pós-Doutor, Poliglota: laureado em várias Universidades e outras salamandras do gênero.
Do alto dos seus 50 anos de inigualável dedicação à pesquisas e estudos enfadonhos, leu que um piá de 17 anos, por ter conhecimentos na tal T.I ( tecnologia da informação) já ganhava 3x o seu salário.
Soube também que um jogador Semi-Analfabeto ganhava por mês aquilo que ele ( Apulho) não ganharia em quase toda a sua vida de sacrifícios intelecutais.
Prostrou-se melancólico. Não por uma questão meramente financeira. Não. Mas, por sentir-se ultrajado por ter levado tão a sério aquilo que comparativamente viraria em nada diante das " injustiças da vida".
O único consolo do Apulho, o único que tinha realmente eficácia era  lembrar-se daqueles que não tinham absolutamente nada.
 Dos que carregavam a "carroça instituída" em uma miséria cotidiana.
 Dos que em uma nova forma de ESCRAVIDÃO, sobrevivem por teimosia.
Restava a ele, talvez como tentativa de resignação, embora ainda profundamente desanimado: o consolo da MISÉRIA ALHEIA. 

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