sexta-feira, 26 de abril de 2013

SÍNDROME DE ENSINAR A SER FELIZ



Uma novíssima Síndrome, diagnosticada faz pouco tempo por pesquisadores da Universidade de Zurique é a tal SEF (síndrome de ensinar a ser feliz). E ela vem se alastrando avassaladoramente nos meios de comunicação, redes sociais e na sociedade em geral.
O amigo Miguel P. Sturvinski catalogou 2000 métodos “infalíveis’ de como ser feliz. Todos vertidos em livros, palestras, mantras, tandras, panfletos, mensagens, filmes e outras salamandras do gênero.
Inserido nesse contexto estão os naturalistas e novos curandeiros que afirmam existirem chás que curam absolutamente tudo (qualquer doença, desde gota até Alzheimer). E com promessa de o chá resolver problemas físicos, astrais e espirituais.
Não bastasse a tais “ciências ocultas” agora tem uns pregando o “ocultismo do ocultismo” com explicações mirabolantes de viagens astrais e encontros diretos com o mestre Jesus e visitas a paraísos que em tese reconfortariam o ser humano de forma absoluta.
No Facebook  diariamente há no mínimo umas 30 dicas de como ser “ realmente feliz”. A preocupação agora é com a “ verdadeira felicidade”, combatendo-se aquelas que sejam “ falsas”.
E tem até disputas de qual método mantém o homem por mais tempo feliz. Se o Budismo, Xintoísmo, Sufismo, Kardecismo, Cristianismo ou tantos outros “ ismos” que surgem de uma hora pra outra, resgatando supostos gurus e mestres do passado ( geralmente que moraram no Himalaia, Butão ou Tibet).
O Pedro brigou com o João por afirmar que a sua Logosofia era muito mais completa que uma tal gnose. Terminaram uma amizade de longos anos por um fanatismo completamente incompreensível: a defesa severa daquilo que proporcionaria a mais “duradora e longa felicidade”.
Literalmente virou uma Torre de Babel onde todos questionam todos, inclusive a subjetiva felicidade que alguém tem a audácia de anunciar.
Esses dias, um amigo disse com graúda irritação que eu não era feliz.
Adotei a tática do silêncio, pois é perigoso lidar com a "GESTAPO da felicidade alheia".
Eita mundo bagual de se viver. Hehehe



quarta-feira, 24 de abril de 2013

CONEXÃO À LENHA !!



Minha conexão é das mais rudimentares existentes. É a lenha. É uma conexão bem diferente e acho interessante explicar, por ser algo inusitado.
Os sinais são produzidos pela combustão e vão como que nas costas de um bicho preguiça. Lento.. bem lento.. mas funciona.
Ao lado do computador tem um compartimento onde coloco as lascas de lenha. Tem também uma caixa e um machado para os momentos em que seja preciso lascar mais madeira.
Para abrir um vídeo no tal Youtube é um sacrifício danado. Esses dias precisei de um balaio de lenha. E mesmo assim abriu em etapas, sendo que entre elas consegui fazer um chimarrão e um contrato de arrendamento de propriedade rural.
Passar e-mail?? Muito melhor é ir pessoalmente até o destinatário ou usar os recursos do celular ( que é uma porcaria menor).
Esses dias um amigo passou um texto em PDF ( não é sigla partidária) interessante para publicação e minha avaliação, consegui tirar uma soneca antes de ter o arquivo totalmente disponível.
Ruim é que ao final do mês as poderosas Empresas de comunicação me cobram quase R$ 100 reiais por "disponibilizar acesso"  a essa lentidão toda, sendo que a lenha sou eu mesmo quem providencio.
E se eu recusar-me a pagar, logo me mandam um recado dizendo que incluirão meu nome no famigerado SPC.
Tenho conhecimento de que alguns amigos já possuem internet 4G e coisa e tal.
Ainda figurando na classe menos favorecida, tenho que me contentar em continuar lascando lenha para poder me sentir inserido no denominado mundo virtual.
As autoridades dizem que estão tomando providências.
Tomara que não sejam mais lentos que a minha INTERNET.

A DERROTA DO FEMINISMO NO FACEBOOK

Se, do além-túmulo, Betty Friedan fosse analisar como as mulheres acima dos 30 se comportam no Facebook, temo que ficaria muito decepcionada conosco. Eu me refiro especificamente à tendência de as mulheres usarem fotos de seus filhos em vez de suas próprias nos perfis do Facebook. Você clica no nome de uma amiga e o que aparece na tela não é o rosto dela, mas a foto de uma lourinha de quatro anos dormindo ou de um garoto de boné, correndo na praia. Inofensivamente embutido em um dos nossos métodos preferidos de procrastinação está um poderoso símbolo do novo século. Onde foram parar todas essas mulheres? Um historiador perspicaz pode muito bem perguntar no futuro: o que todas essas crianças em nossas páginas do Facebook dizem sobre “a construção da identidade de mulher” nesse momento específico?
Muitas dessas mulheres trabalham. Muitas fazem parte de clubes de leitura. Muitas são militantes de determinada causa ou têm interesses que vão além de suas casas. Mas é assim que elas preferem se representar. Essa opção pode parecer trivial, mas a ideia do Facebook é criar uma persona social, uma imagem de quem você é projetada em centenas de quartos, cafés e escritórios em todo o país. Por que então essa imagem seria a de qualquer outra pessoa, não importa o quão ligada ela seja a você, geneticamente ou por qualquer outro laço? Essa escolha parece um retrocesso a uma velha forma de identidade, a uma época em que mulheres eram chamadas de “Senhora John Smith”, em que meninas saudáveis saídas de Vassar enlouqueciam entre aspiradores de pó e caixas de areia. Não que eu não entenda a tentação de botar no Facebook fotos de seus lindos filhos. Eu entendo. Afinal, assim ficamos livres do peso de nos arrumar para aparecer minimamente decentes numa foto e sobretudo nos livramos de todo o trabalho excruciante que envolve sermos nós mesmas. E seu filho de três anos gosta de posar para a câmera. Mas mesmo assim.
Essas fotos do Facebook sinalizam um autoapagamento mais amplo e ameaçador, um estreitamento de horizonte. Lembre de um jantar ao qual você foi há pouco tempo, e de sua amiga, que na faculdade escreveu um trabalho de conclusão de curso sobre Proust, a mesma que aos 20 anos bebia até as cinco da manhã, uma mulher brilhante e bem-sucedida. Lembre de como, durante todo o jantar, das azeitonas à musse de chocolate, ela só falou dos filhos. Você foi paciente, e porque você ama essa mulher ficou esperando que ela conversasse sobre… o quê? Um livro? Um filme? O noticiário? É verdade que ela fala sobre os filhos com riqueza de detalhes e impressiona pelo rigor, profundidade analítica e graça com que trata o tema; ela poderia mesmo, é inevitável pensar, escrever toda uma dissertação sobre o efeito preciso do estilo pedagógico de um determinado professor sobre seu filho de quatro anos. Mas mesmo assim. Você percebe que do outro lado da mesa, um lado mais animado, estão os homens, falando sobre algo que não são modelos de carrinhos de bebê. Esta cena poderia estar num romance de Jane Austen ou Anthony Trollope, em que os homens se retiram para uma outra sala para beber brandy e falar sobre política ou os acontecimentos recentes. E você volta a prestar atenção na conversa, e a mulher está contando como prepara a merenda do filho. Todas nós, em algum momento, somos esta mulher? É claro que não há nada de errado com um pouco desse papo de criancinha. Mas não chega uma hora em que nos interessamos, também, por outra coisa?
O mistério é que a mulher que botou a criança em seu lugar no Facebook certamente foi leitora de A mística feminina, O segundo sexo e O mito da beleza e dos blogs Double X ou Jezebel. Está em dia com o papo-cabeça sobre em qual onda do feminismo nos encontramos. E ainda assim assimila com naturalidade esse tipo de apagamento, essa voluntária perda de identidade. Parece dizer: aqui está minha família feliz, nada mais me importa.
A filha de uma amiga usou durante muito tempo aqueles tênis que apitam. Para um adulto, era inacreditavelmente insuportável o barulho que faziam a cada passo da menina. Uma vez perguntei à minha amiga por que ela não proibia os tais tênis, e ela respondeu: “Porque ela gosta deles!”. Imagine fazer parte dessa nova geração, descobrindo a cada alegre apitada de seus tênis que Galileu estava errado: é você, e não o sol, o centro do universo!
Não posso deixar de pensar que nossos pais jamais teriam suportado tênis que apitam ou conversas que giram inteiramente em torno de crianças. Eles nos amavam tanto quanto amamos nossos filhos, mas, até onde me lembro, tinham suas próprias vidas, e nós brincávamos em torno delas. Eles não planejavam fins de semana inteiramente em torno de teatro infantil, aulas de arte para crianças, aulas de piano e festinhas de aniversário. Por que, muitos de nós nos perguntamos, nossos filhos não brincam sozinhos? Por que eles não têm a vida interior que, ainda vagamente, lembramos ter em nossas próprias infâncias? A resposta parece óbvia: porque, cheios de boas intenções, nos devotamos excessivamente à educação, ao entretenimento e à formação em geral de nossos filhos. Porque deixamos de lado a ideia de uma vida adulta independente, por não permitirmos que nossos filhos imaginem um lugar para si em seus quartos, no tapete ou no jardim; em suma, por não permitirmos que tenham uma vida própria.
É claro que o Facebook passa pelo exibicionismo: é uma forma de transformar em espetáculo a sua vida, ou pelo menos a parte dela que você escolhe para mostrar ao mundo lá fora. Os filhos são uma importante realização na vida de alguém e, indiscutivelmente, a mais importante realização – o que não significa que eles sejam quem você é. Pode-se argumentar, é claro, que a vaidade das novas gerações representa um tipo de narcisismo ainda pior e mais sinistro, com as postagens sobre o tipo de chá que estão bebendo. Mas essa forma específica de narcisismo, a exposição destes querubins para criar uma imagem do eu, é para mim mais perturbadora pela verdade que revela. A mensagem subliminar é clara: Eu sou os meus filhos.
O Facebook sem dúvida facilitou a vida dos mais jovens, pois favorece naturalmente a aproximação de quem não se conhece em festas ou a paquera nos bares. É também perturbadora na troca das fotos dos perfis a clara e deliberada subversão dessa finalidade: essa geração abre mão da própria sexualidade ao substituir o rosto de uma mãe atraente pelo de uma criança inocente. Essa atitude sinaliza um incômodo em ter um mínimo de vaidade. Assim como só usar tênis ou esquecer de cortar o cabelo, essa é uma forma de se tornar desajeitada e invisível, refletindo uma espécie de mommy culture em que é ponto de honra mostrar quão pouco resta em você de uma mulher saudável, articulada, engajada e bem-vestida.
E se as páginas do Facebook forem apenas o começo? E se depois vierem os passaportes e as carteiras de motorista? E se subitamente as caras de uma geração desaparecerem e bebês radiantes tomarem seus lugares? Quem ficará de luto por essas mulheres desaparecidas? Quando Betty Friedan descansará em paz?

KATIE ROIPHE (1968) é escritora, jornalista e professora da New York University. Publicou quatro livros de não ficção, dentre eles The morning after: sex, fear and feminism on campus, e o romance Still she haunts me, inspirado na relação entre Lewis Carroll e Alice Lidell. Este artigo faz parte da antologia In praise of messy lives (2012) e foi cedido pela autora para publicação no blog da serrote.

terça-feira, 23 de abril de 2013

TESES, PESQUISAS E OUTRAS SALAMANDRAS..



Sobre a tal violência em ambiente escolar, com alunos se "atracando tipo bicho" e manifestando a mais primitiva truculência, tudo engatilhado ( segundo dizem) nas denominadas " redes sociais" há várias teses, pesquisas e outras salamandras.
A Pós-Pós-Doutora Zuleika B.B Vardi (Catedrática de tantas Universidades que fica até cansativo elencar) culpa os meios virtuais ( chat, skype, facebook) pelo recrudescimento das manifestações violentas.
 Segundo ela, a gurizada está viciada em não estudar e ficar destilando vaidades dentro de uma competição fútil que só faz despertar invejas, cobiças, intrigas e comparações que fatalmente desembocam nas " vias de fato", ou: socos e pontapés.
Na visão da sábia Doutora, as crianças e adolescentes são inocentes criaturas incapazes de qualquer ato de crueldade, exceto quando estimuladas por alguma força (lembrar da força oculta que tanto falava o Presidente Jânio Quadros) que faça despertar a " fera interior".
Complicado entender como essa mirabolante tese explicaria aquelas situações de Bullyng em que de uma hora pra outra uma criança passa a massacrar a outra com requintes inexplicáveis e insistentes de racismo, discriminações várias no sentido de humilhar e mostrar a sua suposta " superioridade".
Como explicar que um estudante " bem nascido" cuspa na cara da professora e a chame de cadela em plena sala de aula e em frente a todos os demais colegas??
O velho Freud dizia que a crueldade é algo inerente ao ser humano. Logicamente, também ingrediente da psicologia de crianças e adolescentes.
Mas, como estamos em um mundo pródigo  pesquisas ( tem pesquisa pra tudo) importante informar que pesquisadores da Universidade da Basiléia descobriram uma substância denominada de PAP ( Participação ativa dos Pais) que se revelou extremamente eficaz no processo educacional dos filhos e nos índices de redução dos casos de violência.
Tal substância tem a milagrosa propriedade de não permitir vícios (que são dimensionados exatamente pelo critério da ausência de regras, limites e participação ativa) cresçam e fiquem incontroláveis.
Por enquanto, o teste foi realizado apenas com ratos.
Vamos aguardar!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

PRA PENSAR:.RAZÕES PARA SE DEPRIMIR

Diante da questão de Hamlet, "ser ou não ser, eis a questão", a resposta talvez seja "não ser". Deprimir-se ou resistir?
Dias assim, melhor dormir. Mas, como a vida continua, insistimos. Um tratado de "Crítica da Razão Deprimida" deveria começar pela descrença na democracia.
Como crer na democracia quando sabemos que a popularidade de nossa presidente é alta? Se o pastor Feliciano não tem o perfil para o cargo, tampouco ela o tem. Lembramos então do que dizia o líder inglês durante a Segunda Guerra, Winston Churchill: "Quando falo com os eleitores, duvido da democracia".
Por quê? Como "o povo" pode continuar crendo na economia quando ela já dá sinais de queda há algum tempo?
Claro, quem entre aqueles que vivem graças a bolsas famílias pode entender que uma mentalidade entre o varguismo e o comunismo (como a da nossa presidente e a do restante do PT, que continua na sua marcha para transformar o país num país comunista) não pode fazer nada pela economia do país? E, mais, que, se a economia vai para o saco, as bolsas também vão?
Claro, o problema é que na democracia dependemos da maioria, e esta é quase sempre estúpida. Sei que muitos não concordam com essa ideia e, mais do que isso, entendem que há algo de "sagrado" na sabedoria do povo.
Mas, sei também que quem afirma isso, conhecendo um pouco de história, o faz por má-fé, ou simplesmente, por mais má-fé ainda. Temo que esteja sendo redundante, mas a redundância é uma vantagem evolutiva em meio às obviedades contemporâneas.
Outra coisa que me faz suspeitar de que os deprimidos têm razão me ocorre quando ouvimos gente supostamente inteligente falar coisas como "a comunidade internacional decidiu X". O que vem a ser isso mesmo? Onde ela se encontra? Na ONU? Esta estatal internacional mais corrupta do que a república da banana? A ONU é uma mistura de circo com mensalão. Um cabide de emprego para países de Terceiro Mundo.
Como crer em quem crê numa "comunidade internacional"? A "comunidade internacional" só funciona quando tem interesses comerciais em jogo. E olhe lá.
Qualquer decisão da "comunidade internacional" no âmbito moral (como, por exemplo, a partir de hoje estão proibidas a fome, a tortura, a violência contra os mais fracos) é tão séria quanto a declaração de que Papai Noel deve existir porque, do contrário, estamos indo contra o direito à fantasia infantil.
Imagino que os neandertais que são contrários à publicidade infantil concordariam com uma ideia boba como essa.
Mas, é claro, toda vez que alguém diz acreditar na "comunidade internacional" não o faz por ingenuidade, mas, sim, porque este alguém ganha algo com isso, mesmo que seja apenas fama de bonzinho.
E a decisão britânica de criar um órgão do governo para censurar a mídia? Claro, dirão os mesmos que acreditam na "comunidade internacional" que a mídia deve ser "impedida" de circular ideias preconceituosas e ideologicamente perversas.
O caso britânico -resultado da baixaria de alguns "funcionários excessivos" determinados de um jornal específico- não justifica a criação deste órgão fascista para controlar a mídia.
Deduzir a necessidade de controle da mídia do fato de alguns jornalistas terem colocado escutas na vida de cidadãos é como decidir colocar câmeras em todas as salas de aula porque existe risco de abusos por parte de professores e alunos.
O grande erro histórico foi não perceber que a vocação fascista não era um traço só de Mussolini e Hitler, mas sim de todas as propostas de que a política e a educação sejam irmãs gêmeas, ou, dito de outra forma, de que a "política deva fazer moral".
Esta ideia é típica da tradição política contemporânea baseada na premissa de que a política deve "construir um homem melhor". Neste sentido, a esquerda é absolutamente fascista e, como ela venceu na cultura, na educação e nas ciências humanas como um todo, não há esperanças.
É impressionante como "os bonzinhos" de uns dias para cá foram tomados por um amor meloso pelas suas empregadas domésticas. Seria isso uma forma de atestar pureza racial (desculpe, moral) para a burocracia fascista de nossos dias?

Autor: Luiz Felipe Pondé. Filósofo, escritor e professor

O HOMEM TETÉIA..



Na escala evolucionista, passando lá pelo Ramapithecus, Astrolopithecus aferensis, Homo Habilis, Homo Sapiens, Homem de Cro-Magnon, parece que chegamos ao Homem-Tetéia.
O Homem-Tetéia é o supra-sumo da delicadeza e sensibilidade espalhafatosas. Tudo com um toque escancarado de proposital preguiça.
Tudo ele dimensiona aos extremos e faz drama transformando-se num verdadeiro "sensor da moral do mundo".
Se um cachorro morre atropelado, o homem-tetéia , em vez de enterrá-lo deixa o bichano apodrecendo só para culpar algum Governo vociferando manifestos agressivos: culpando o sistema e a corrupção na política.
Paranóico por transformar o mundo em uma lavoura da sua ideologia" o homem-tetéia deixa um matagal crescer na esquina da própria casa:criando ratos,cobras e lagartos só para exercitar a sua mágoa e exercer o papel de politicamente correto e que é da inútil oposição que só aponta problemas mas não resolve absolutamente nada.
Será que o homem-tetéia não conhece uma enxada? Por qual motivo não reúne uma turma de amigos e resolve o problema?
O homem-tetéia tem só o lado cidadão. Seu civismo é atrofiado ou inexistente. Sabe exigir seus direitos, afima que paga impostos e então o mundo deve estar aos seus pés dando o direito de ser um completo vadio e não contribuir com nada: exceto bonitas teorias de como transformar  o mundo num paraíso encantado.
Mas , a marca identificadora e predomante nesse tipo de homem é o drama.
Houve um caso de um homem-tetéia que de propósito se declarou incapaz ( pois paga impostos) de cuidar do acúmulo de água em vasos de plantas localizados nos fundos de sua própria casa.
Um tempo depois, o dito foi na Rádio fazer um banzé dizendo que era uma vergonha a volta do mosquito da Dengue e que isso era um caso de calamidade pública e uma demonstração de descaso das " autoridades públicas".
E dizer que homens desse tipo querem mudar o mundo.
Creio que até o Ramaphitecus teria mais eficácia em tal propósito.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O CONSOLO DA MISÉRIA ALHEIA..


Apulho J. Neves desiludiu-se da vida que tinha. Milhares de artigos escritos, inúmeros livros, Pós-Doutor, Poliglota: laureado em várias Universidades e outras salamandras do gênero.
Do alto dos seus 50 anos de inigualável dedicação à pesquisas e estudos enfadonhos, leu que um piá de 17 anos, por ter conhecimentos na tal T.I ( tecnologia da informação) já ganhava 3x o seu salário.
Soube também que um jogador Semi-Analfabeto ganhava por mês aquilo que ele ( Apulho) não ganharia em quase toda a sua vida de sacrifícios intelecutais.
Prostrou-se melancólico. Não por uma questão meramente financeira. Não. Mas, por sentir-se ultrajado por ter levado tão a sério aquilo que comparativamente viraria em nada diante das " injustiças da vida".
O único consolo do Apulho, o único que tinha realmente eficácia era  lembrar-se daqueles que não tinham absolutamente nada.
 Dos que carregavam a "carroça instituída" em uma miséria cotidiana.
 Dos que em uma nova forma de ESCRAVIDÃO, sobrevivem por teimosia.
Restava a ele, talvez como tentativa de resignação, embora ainda profundamente desanimado: o consolo da MISÉRIA ALHEIA. 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O DIABO TOMANDO CHIMARRÃO...



Sempre que penso em “teorias conspiratórias”,  recordo do Juca M. Alves. De rara  a inteligência, fez pós-pós-doutorado no assunto.

Em uma das tantas teorias que criava e sustentava com ímpar empolgação,  estava a de que a poderosa Coca- Cola tinha um plano sinistro de comprar todas as possibilidades existentes no que toca ao ramo da alimentação, um projeto de domínio do mercado.

Ele citava prodigamente as inúmeras fábricas e empresas que no mundo inteiro passaram a ser dessa mega-companhia: empresas de sucos, refrigerantes, iogurtes, enlatados, pescados, chocolates e mandolates, etc, etc, etc.

Com critérios de discrição e de forma velada,  quase ninguém sabia que determinadas empresas, estavam sob jugo da Coca-Cola.

Segundo Juca, “era a mão do diabo consagrando aos poucos o total domínio sobre todas as coisas e ‘todas as consciências’ ”.

Em breve, teríamos uma ou duas empresas (ou diabos, segundo a teoria de Juca) dominando o mundo inteiro, impondo seus preços sem qualquer dó ou piedade.

Pois quem dominou Juca de louco, querendo interná-lo na casa verde (bancando “O Alienista”) pode ter se enganado. E as evidências são muitas.

A Coca-Cola, segundo consta, comprou várias empresas de erva-mate da região,  dando início ao seu intento de também dominar esse mercado : assumindo as rédeas deste produto indispensável de nossa tradição.

 É o diabo tomando chimarrão.

 Em breve o quilo do produto custará mais de R$12,00 e não adianta piquetes e protestos.

O jeito é voltar para o sistema antigo (comunitário) plantando e fazendo a própria erva da forma mais artesanal possível.

 Pois como diz um famoso ditado bíblico, resiste ao diabo e ele fugirá de vós.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

BELÍSSIMA REFLEXÃO !

Pense na Dinamarca. País perfeito, que, junto de Suécia, Noruega e Islândia (um dos lugares mais fascinantes em que já estive justamente porque é no fim do mundo e ninguém normal vai para lá), forma o paraíso na Terra para essa gente do "queremos um mundo melhor".
A chave para entender esses belos países não é o que gente mal informada acha que é, a saber, seu altíssimo grau de civilização e "consciência social" (em mil anos, termos como esse soarão como hoje soa "raça ariana superior"), mas, sim, seu altíssimo grau de prazer em reprimir tudo que não seja norma e de torturar todos que parecerem estar fora dela (dito de modo psicanalítico, um enorme gozo da pulsão de morte a serviço da repressão e humilhação moral).
O luteranismo puritano do passado escandinavo se transformou na repressão terrível em nome de "sua santidade" o politicamente correto, seja ele ecológico, social, sexual, cultural, ou que diabo for.
O que está em jogo é torturar quem não parece estar enquadrado no jogo da pureza moral. O cinema de Ingmar Bergman, Lars von Trier e Thomas Vinterberg, por exemplo, é um testemunho claro desse gozo mórbido pela hipocrisia do amor à norma.
Mas seria injusto passar a conta para os escandinavos. Nós todos gozamos em torturar quem cai na desgraça de ser um herege. O ódio nos move mais do que o amor, e, antes de tudo, odeio o racista mais do que amo sua vítima de racismo.
Adoramos humilhar, perseguir, destruir homens e mulheres, porque supostamente feriram códigos. Mas a maioria de nós não está nem aí para os códigos. Gosta, sim, de ver o desgraçado reduzido a lixo.
Somos inquisidores natos, prontos a babar em cima da primeira vítima que surgir, principalmente a "moçadinha" por um mundo melhor.
Por isso, na Idade Média levavam as crianças para o programa de domingo, que era ver infelizes arderem. E você, caro leitor, que talvez se ache o máximo, provavelmente levaria o seu filho também para cuspir no herege. Quer ver: o que você acha do pastor Feliciano? Ou de algum machista nojento?
Ou de padre pedófilo? Merecem um xingamento básico? Quem sabe, ovo podre? Bruxa e gay hoje não são mais hereges, são parte do status quo "cabecinha".
Por falar em Vinterberg, veja o maravilhoso "A Caça", com o excelente Mads Mikkelsen (o mesmo do "Amante da Rainha") no papel principal de um professor de jardim de infância injustamente acusado de pedofilia por uma aluna.
O filme deveria ser passado nas escolas de magistratura, nas faculdades de psicologia, pedagogia, serviço social e outros quebrantos.
Tudo nele é sofisticado e a serviço de desmascarar o inquisidor que existe em nós.
O erro da "moçadinha" para um mundo melhor é não entender que, para descobrir o inquisidor babão em si mesmo, a chave não é pensar em "vítimas oficiais de preconceito", mas sim em quem você odeia por razões que você considera justas.
A questão do filme não é negar o horror da pedofilia (vamos esclarecer antes que algum inquisidor comece a babar em cima de mim), mas, sim, mostrar como funciona nossa velha natureza humana em seus novos objetos de gozo mórbido moral.
A menina, Klara, tendo sido "recusada" em seu amor pelo professor Lucas (Mikkelsen) --ela o beija na boca--, vinga-se dizendo para a diretora da escola (esse ser quase sempre pronto para abraçar qualquer moda, mesmo as modas de horror como a pedofilia) que ele tinha mostrado seu órgão sexual para ela.
Daí, claro, segue-se o "normal": um especialista acaba por dar a bênção "científica" para a acusação de pedofilia contra o inocente Lucas. Ele segue a cartilha de que as crianças nunca mentem e quando negam o suposto abuso é porque estão envergonhadas. De repente, todas as crianças dizem terem sido abusadas.
Por isso, de nada adianta o arrependimento de Klara, que tenta negar o que disse mil vezes (e ela o faz várias vezes, mas nenhum adulto acredita nela).
Todos "cospem" em Lucas: amigos e suas mulheres, colegas de trabalho, ex-mulher, quitandeiros.
Teste sua alma de inquisidor: o que você faria se acusassem o professor de sua filhinha de pedofilia?

Autor: amigo Luiz Felipe Pondé