quarta-feira, 30 de abril de 2014

AMIZADE DE ISOPOR


 
 

 

Dentre as inúmeras mudanças do mundo pós-pós-moderno figura aquilo que denomino de “ amizade de isopor”. É uma relação que vai além do que o tal de Zygmunt Bauman denomina de “ relações líquidas”.

No mundo virtual é aquela amizade para constar. Recebemos um “convite de amizade” de alguém, aceitamos e tudo permanece igual ao que era antes.

Sem vigor, branca demais, raquítica, insípida e inodora a “ amizade de isopor” revela um tolo prestígio de um acúmulo ( aquele que diz ter 2000 amigos) inútil e na grande maioria dos casos: mentiroso.

E lá fica o vivente, dentro de um arquivo que afirma que ele é teu “amigo”, embora esteja pouco lixando para a tua vida, teus dramas pessoais, alegrias e aquela necessidade intrínseca ao ser humano de “ convivência social”.

Em casos raros, não sem o propósito de pedir algum favor ou benefício, o “ amigo” surge sorridente e essencialmente pragmático, debuxando de forma brevíssima o seu pedido e logo retornando para o mundo da insensibilidade habitual.

 De regra impera o perscrutar daquilo que possa significar alguma vantagem, sendo que mesmo que exista a sinceridade de propósitos de alguma das partes a regra é entender que sempre existe um interesse a ser perseguido, sendo a amizade apenas um meio e nunca um fim.

E nesse campo largo, a desconfiança anda de rédeas soltas, galopando com vigor encurralando-se em jogos de cinismo, falsas cordialidades, ensinamentos da vaidade própria e deturpações várias que gestam e parem uma forma bisonha de relação.

E quando alguém, percebendo essa situação a acha ridícula, não falta um “ amigo de isopor” para te denominar de estressado, louco ou algo que o valha. Ao certo, consideram como “ evolução dos costumes” essa Sibéria que incrementamos cotidianamente.

Somos todos sábios, todos conscientes, todos inteligentes e diariamente todos possuem algo genial e inusitado para ensinar para alguém.

 O mundo virtual virou o templo da moral e da ética que ninguém ousa dizer que não possui.

E os amigos de isopor são como uma nuvem de mosquitos em um lugar distante.
 Mas, são amigos.

E segue o barco da vida no vasto rio da existência!

 

 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

AMPLIANDO A CONSCIÊNCIA DO EXISTIR



Quantas vezes elevamos nosso pensamento ao alto pedindo proteção para afastar de nós uma aflição.
O espírito acompanha o pedido, que sobe, buscando forças em tal dificuldade e, de uma forma ou de outra, nosso pedido é atendido, isto é, acontece o melhor para nós; ou a aflição desaparece ou ela permanece para evitar de cairmos em futuros erros que nos levariam a cometer novos deslizes que comprometeriam nossa vida espiritual. Mas isso só mais tarde é que iríamos perceber. E isso traz amadurecimento, leva avante.

O que convém saber aqui é que, numa invocação fervorosa, é sempre a própria pessoa que movimenta a força viva para a recepção da graça e essa força se encontra no Universo a disposição de qualquer pessoa, não importando a condição social da mesma, se rica ou pobre, princesa ou plebeia.
O importante no caso, é ter conhecimento e consciência desta força que a Criação oferece ininterruptamente ao ser humano para que ele possa movimentá-la apenas para o bem. Se assim não o fizer, colocará em risco outros setores da Criação. Esta força, sendo neutra, pode ser aplicada tanto para o bem, como para o mal. Seu teor é o homem que lhe imprime e por isso, torna-se ele responsável pelo seu uso, pela finalidade que lhe der; e isso advém de seu livre arbítrio, que o Criador lhe facultou.
Por essa razão, aqui fazendo um acréscimo, não é correto afirmar que de uma educação técnica ou meramente “ racional” vai resultar  um indivíduo insensível e com propensões à crueldade. Isso seria desconsiderar o livre arbítrio que todo o ser humano possui.
Lembremos aqui que até nas leis terrenas o uso da liberdade pessoal encontra limite em sua aplicação, ou seja, “nossa liberdade termina quando começa a do nosso próximo “. Ora, se isso acontece em nossas relações sociais, o que dizer, então, quando a relação humana é espiritual, portanto invisível !
É gratificante sabermos que podemos contar com essa imensa força que o Criador nos outorga e que percorre o Universo inteiro. Nós somos os seus administradores, ela, porem, não nos pertence.
É a nossa intuição, esse sentir profundo da alma, que a movimenta. Ela nos é dada pelo imenso Amor de Deus como instrumento para nossa ajuda e desenvolvimento. É preciso usá-la com muita responsabilidade só para o que nos é útil espiritualmente. É por ela que o homem tira os pés do chão e se sente pairar nas alturas como uma pluma, quando a emprega para o bem, pois ela é o suporte do espírito e sua escada de ascensão.

Usada conscientemente e com pureza, ela faz o miserável sentir-se rico.

É quando o homem então não aspira a mais nada, pois ele está preenchido da paz que lhe alimenta o espírito e o soergue.
Autora : Alzira Dionísio e participação de Luis Fernando Arbo


quinta-feira, 3 de abril de 2014

O CASO DO DESCASO



 

 

Num “caso” do” descaso” a notícia é unilateral, não permite sequer o contraditório e a versão da parte que é acusada. A publicação serve apenas como evidência da ignorância que pretende unicamente destruir alguém.

Tudo é precipitação, afoitismo e açodamento. A Idade Medieval ressurge com vigor e a Santa Inquisição julga sumariamente e sem qualquer possibilidade de defesa.

Acusam um político de corrupto só pelo costume de acusar, como se não existem pessoas com conduta moral irretocável e ilibada. Acusam um Petshop de ter matado um cachorro por maus tratos, como se não fosse possível ter ocorrido um simples acidente.

E a mídia mais exagerada vira um verdadeiro “ mundo das acusações levianas”.  Todos são julgados sumariamente e com um furor obtuso.

E de nada adianta requerer o direito de resposta proporcional ao agravo acumulado de danos morais ou à imagem, invocando o artigo 5º, V, da Constituição Federal, pois geralmente o sujeito que faz publicações levianas não possui um vintém ou, como se dizia na linguagem campeira: “não tem um pinto pra dar água”. Pra ele é um bom negócio ter a sua publicação conhecida no Brasil inteiro, mesmo que seja uma deslavada mentira. O crime compensa.

Ademais, uma vez lançada a acusação, qual míssil da destruição completa, não há possibilidade de reverter os impactos deletérios de sua explosão. Tal como afirmava o grande jurista Nelson Hungria, o efeito da calúnia e da difamação é como abrir um travesseiro de penas no alto de um Edifício em tempo de vento forte. Jamais serão reagrupadas todas as penas.

Certa feita, em um País não muito distante, espinafraram e literalmente destroçaram a moral de um sujeito acusando-o de ter cometido um estupro. Com o passar do tempo se constatou que tudo não passava de um grave equívoco e que o vivente era genuinamente inocente.

Quem pagou pelo dano? Quem pagará? E os que opinaram agressivamente reforçando a acusação injusta, de repente se esconderam e passaram a negar aquilo que afirmaram?

Será essa a “ plenitude de liberdade” a que a imprensa séria e correta tem direito? Será essa a liberdade de manifestação do pensamento desejado?

 Contudo, a Palavra de Deus é bem clara quando se refere a esse assunto. O Senhor Jesus disse: “não julgueis, para que não sejais julgados” Mateus 7:1 e o apóstolo Paulo, quando escrevia a carta aos Romanos, no capítulo 14, declarou que haveriam diferenças entre as pessoas, mas isto não era motivo para que um irmão julgasse o outro pelos seus próprios padrões: “Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar” Romanos 14:2.

   Mas, talvez essa seja a nova formatação da sociedade contemporânea. Talvez não exista mais como interromper o rumo e o método utilizado por alguns para “ informar” a comunidade. Talvez seja inútil apontar as grandes injustiças que são diariamente cometidas.

Como dizia o imortal escritor Honoré Balzac: “ quando todo mundo é corcunda, o porte ereto torna-se monstruosidade”.

É de se pensar..