sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CAMPO DA ABSTRAÇÃO


                                                


Sobre os problemas da EDUCAÇÃO existem mais teses do que espécies de peixes no mar. Inclusive há quem diga (em outra tese) de que as inúmeras teses é que são o grande problema.
 O grande pensador Polonês, Miguel Sturvinski (pós-pós-pós doutor) tem em entendimento inusitado sobre as  razões do baixo rendimento na educação. E agora que deixou a barba crescer está ganhando reconhecimento no Brasil inteiro.
Ele afirma que não adianta existir professores bem pagos, escolas bem aparelhadas e bibliotecas com milhares de livros se a maioria dos alunos continuarem a usar celulares em sala de aula ou usam computadores de mão ou os tais "Ipod' ou "Ipad"  apenas para fins de relacionamento e sacanagem.
Para exemplificar aquilo que sustenta, o pensador cita casos de algumas escolas em São Paulo (Estado mais rico) onde mesmo com professores bem pagos, com toda uma parafernália de computadores e tecnologia, o rendimento prossegue abaixo do esperado pelo tal IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
A desatenção da maioria dos alunos, a falta de compromisso com os estudos e o uso de celulares e computadores para outros fins são os motivos principais e diretos de um desempenho insuficiente.
De nada adianta um professor bem pago ou uma quantidade de computadores e tecnologias  se o aluno atende ao celular na sala de aula e está pouco lixando ser perturba ou não aos demais colegas.
Também não adianta patavina alguma um professor ganhando bem e uma escola de luxo onde os alunos colam tudo da Net e na maior parte do tempo estão conversando com " amigos" no Facebook e nas redes sociais e com uma dependência cada vez maior.
E mais: quando estão no intervalo ou popular " recreio", não se preocupam minimamente em fixar o conhecimento complexo que acabaram de ter. Ocupam-se com mensagens em celulares, musiquinhas e outras salamandras do gênero que só fazem desviar o foco que deveria ser dedicado para a fixação da matéria.
Segundo Miguel Sturvinski,  mesmo que o PAULO FREIRE ou o JEAN PIAGET estivessem vivos, não teriam muito sucesso em uma sala de aula dos tempos contemporâneos. A teoria é sempre mais bonitinha que a prática.
 Certamente fracassariam em tentar controlar o pandemônio de distúrbios e problemas que desviam o aluno de realmente pensar e verdadeiramente levar o estudo a sério.
Acho que eles iriam preferir continuar escrevendo livros a atuando no campo da abstração.
No mundo real o negócio só tende a piorar.



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BIOESCULHAMBAÇÃO




Agora virou moda qualquer lorpa “esculhambar” a biografia de uma pessoa famosa ou alguém que tenha tido alguma importância na história e lucrar milhões com isso. E a onda de “espinaframentos” e desmoralizações viceja cada vez maior a ponto de já termos uma Indústria fumegante e muito rentável.
Li um livro que não me recordo o nome onde afirmava que o tal Che Guevara  era um farsante capitalista e que tinha relações até com os imperialistas americanos; que Madre Tereza de Calcutá era uma comum pecadora e que fazia sua obra de caridade por interesses mesquinhos e outras salamandras do gênero.  O livro inteiro era dedicado a esbugalhar e denegrir a imagem e a história oficial dessas pessoas.
Curioso é que sempre existe o relato de alguém que viveu algo no passado e que foi amigo ou conhecido do biografado, mas que guardou segredo por 20, 30,50 anos e só depois de muito tempo resolveu dar uma estranha “entrevista bombástica” e contar algo importante que para tais escritores.
Numa das “bioesculhambações” um historiador com óculos fundo de garrafa e ar de seriedade afirma que Adolf Hitler era viado e que escolhia os melhores e mais bonitos soldados para seus deleites sexuais. O fato é que ninguém vai querer ou ousar desmentir isso, pois vai parecer quer estará defendendo o líder dos nazistas, trazendo pra si todo o estigma que isso representa.
Caluniar, difamar ou injuriar passou a ser algo muito compensador e na  pior da hipóteses o autor terá que pagar uma indenização por danos morais, gastando uma pequena parcela dos milhões que ganhou com tal ato criminoso.
E nessa toada seguem as diversas biografias que só possuem coragem de existir depois de muitos anos da morte da pessoa ou de seus familiares, onde já nem é mais possível um contraditório ou sequer uma defesa.
Tem escritores dizendo que Luis Carlos Prestes era um verdadeiro bandido e facínora; outros acabam com a boa fama de Bento Gonçalves e o mesmo fazem com tantas outras expoentes de nossa história. Todos são colocados num balaio comum da imoralidade e da degradação dos bons costumes e da moral.
Considerando que todo o ser humano tem a curiosidade de saber a “ Verdade” de algo que possa a ser considerado uma “ mentira”, basta que se jogue ao vento uma “nova versão” artificialmente criada, que tal como carne sangrando jogada em rio de piranhas, todos se sentem atraídos pela “ novíssima história” que tem pretensões de dizer a “verdade verdadeira”.
A tendência agora é escolher um ícone do passado e atirar “chumbo grosso” que a renda é garantida e milhões de leitores serão instantaneamente atraídos.
Não demora muito vem uma Biografia dizendo que Nelson Mandela era fumador de maconha e que não gostava muito de negros.
Dentro desse contexto está o livro escrito pelo ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior, que exerceu o cargo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o livro Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado, ainda nem chegou às livrarias, mas já está movimentando Brasília.
O engraçado é que todos esperam muitos anos para só depois relatarem as “suas verdades”.  Virou comum alguém que participava de uma quadrilha se rebelar e escrever um livro como forma de “expurgo de sua consciência”.
E a esquizofrenia e a loucura tomam as rédeas do relato dos fatos. Quanto maior o espetáculo e o “escândalo inventado” maior o destaque dado pela mídia e maior o lucro. O espaço para a defesa é infinitamente menor que o concedido para a agressão.
Por essas e outras que desconfio de livros que pretendem contar a “ verdade” ou a “ verdadeira história”. Tem sempre algo de mais mentiroso do que se pretende "desmentir"
Ainda bem que não sou famoso e não tenho nada de celebridade.