segunda-feira, 29 de julho de 2013

RELAÇÕES MAIS QUE LÍQUIDAS


 

 

Hoje não podemos senão fazer troça. A zombaria é a literatura das sociedades que expiram, dizia um grande pensador que no momento não recordo o nome.

Os relacionamentos hoje em dia estão ( claro que existem exceções) em sua esmagadora maioria mais que líquidos. A teoria de Zygmunt Bauman está ultrapassada e nem deu tempo de entende-la em sua plenitude e profundidade.

O mundo virtual permitiu uma distância e audácia com segurança que cria verdadeiros avatares que são justamente os “ Eus” que em tempos anteriores não tinham a coragem de  se manifestar e encontravam-se reprimidos.

Os casados tem suas “ peguetis” para levar, mesmo em horário de trabalho, aos vários Motéis que existem pela região. Suas mulheres,  fingindo não desconfiar dão um jeito de sair com uns “rapazes” para equilibrar a situação.

É como se existissem dois mundos. O real onde tudo é maravilhoso e quase igual a um conto de fadas. E, o virtual que também acaba sendo real e ( se descoberto) acaba sendo a mais pura negação da fantasia gestada e simulada no mundo real.

O João é romântico e jura amor eterno para a amada Patrícia. Manda lindas flores em qualquer ocasião ou data minimamente mais " importante".

Todavia, no mundo virtual ele marca encontros secretos e extremamente  discretos com a Daniela, Luciana e Fabiane. Nesses casos, dispensa as flores.

A sua amada Patrícia, que não tem nada de santa, também já estabeleceu relações com o Paulo, o Luis e o Juvenal.

As relações viraram uma espécie de “JOGO DE ENGANAÇÃO”.

Quem julga ser o enganador e esperto é certamente o mais enganado.

E assim vão levando esse faz de conta até que um motivo banal “ esgote” o relacionamento que não passava de um grande teatro de representações.

Nem Freud explica.

Nesse contexto, soa patético ver alguém gabando o seu amor como sendo “o melhor de todos”, o “ mais sincero e puro” e que se considera o “ mais feliz do mundo” quando na verdade esconde vários segredos e uma fatal infidelidade em curto ou médio espaço de tempo.

De qualquer forma, não é algo para desanimar.

O jeito é continuar fingindo sinceridade e aproveitar a relação enquanto ela durar. Afinal de contas: dizia o poeta que ela deve ser infinita enquanto dura.

Também é preciso respeitar aos que vivem na ilusão do romantismo outrora dito por existente e que, segundo alguns, ainda está em pleno vigor.

São eles que carregam a esperança.

Esperança de que as coisas não piorem ainda mais.

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